Jornal SBC 167 | junho 2016 - page 25

José Nicoliello Viotti conta como
concilia consultório, cuidados
especiais devido à doença e ainda
tem tempo e disposição para as
ações sociais
Coração Valente
Aos 73anos, comdois
stents
, insuficiência cardíacadiastólica
e fibrilação atrial permanente, o mineiro de Baependi José
Nicoliello Viotti vive feliz e não tem tempo de pensar nos
próprios problemas de saúde. Isso porque, além de atender
todos os dias em seu consultório, trabalha para o Alcoólicos
Anônimos dando palestras pelo Brasil, oferece curso de
Bíblia para os presidiários e em um bairro da periferia.
Os problemas de saúde começaram há 12 anos, quando
Viotti foi submetido a uma revascularização do miocárdio,
colocando uma mamária. Em 2013, depois de muitos
episódios de isquemia miocárdica, descobriu – através de
um cateterismo – que a lesão de 40% tornou-se de 85%.
Foi então que ele recebeu o primeiro
stent
. “Um ano depois,
dois dias após o casamento do filho caçula, fui internado
com quadro de edema agudo de pulmão e insuficiência
coronariana. A viagem que faria com minha esposa,
meu irmão e cunhada para Itália e França precisou ser
cancelada. Fui revascularizado com um segundo
stent
e
desenvolvi insuficiência cardíaca diastólica e fibrilação atrial
permanente. Atualmente uso anticoagulante com outras
medicações”, relata o especialista.
Viotti deixou os dois hospitais onde trabalhava e hoje
atende apenas em Baependi. “Minha clínica tem mais
de 40 anos, meus pacientes têm vínculo afetivo comigo.
As mais antigas, quando voltei, diziam ‘Pelo amor de
Deus, não morra antes de mim’. E eu respondia ‘Eu
tenho imenso prazer de oferecer meu lugar para vocês’”,
se diverte ao lembrar.
Casado, com três filhos e dois netos (o terceiro
chega em breve), José Nicoliello Viotti foi presidente
da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos
(AA) no Brasil durante seis anos, sem nunca ter sido
alcoolista. Junto com o tio da esposa – que frequentou
o AA – e alguns amigos, fundou 26 unidades de AA
em cidades vizinhas, sendo uma dentro do presídio
de Baependi.
Dirigiu, durante nove anos, uma clínica filantrópica de
dependentes químicos e ajudou exatos 544 jovens a se
reabilitarem. “Fechamos por falta de ajuda financeira”,
lamenta o médico.
E finaliza: “Amenizo meus problemas ajudando o
próximo. Tenho o respaldo da minha esposa e dos
meus filhos e sou muito feliz”.
Ajudar o próximo
ameniza preocupação
e problemas de saúde
Ações Sociais
Viotti e Eliane
Junqueira
Pereira Viotti
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