Depoimentos


Marcelo Cantarelli

Chegamos ao final de 2017, e nesses dois anos que estivemos a frente da diretoria da SBHCI, vivenciamos um período marcado pelo pior momento da economia brasileira e de profunda crise política e das instituições. Crescer na crise, com ética, competência, criatividade e, sobretudo união, foram as premissas que traçamos em nosso departamento e que encontraram eco e total respaldo da diretoria da SBC. Buscamos conjuntamente a valorização de nossa profissão mesmo em um cenário cada vez mais adverso. Conseguimos à despeito das trocas de ministros e secretários no Ministério da Saúde, manter um canal de diálogo, importante para demandas em relação à tabela SUS e à incorporação de novas tecnologias. A participação conjunta da SBC, SBHCI e SBCCV nas Câmaras Técnicas de Cardiologia do Conselho Federal de Medicina e de Defesa Profissional e Implantes da Associação Médica Brasileira foi um ponto forte a ser destacado trazendo maior representatividade e força decisória em temas importantes para nossa atividade profissional. No CFM, dentre os assuntos discutidos destacamos: tratamento por cateter da insuficiência mitral e insuficiência pulmonar, (deixaram de ser experimentais), uso da ECMO para insuficiência respiratória grave e atuação o cardiologista em unidades coronárias e de terapia intensiva entre outros. Na AMB, participamos da discussão da proposta de contratualização e qualidade na ANS, remuneração e CBHPM e atuação em terapias endovasculares. Em Brasília, essas três sociedades integradas estiveram atuantes no Congresso Nacional acompanhando e discutindo projetos de lei que impactam diretamente sobre nossa atuação profissional, dentre eles os ligados ao uso de órteses e próteses, à inclusão do implante de valva aórtica no SUS e à avaliação de novas tecnologias em saúde pela CONITEC e por fim apoiando a formação da Frente Parlamentar da Medicina. Junto à AMB, CFM, ANVISA e Ministério da Saúde, discutimos a questão do processamento de materiais em hemodinâmica o que culminou com a consulta pública para a nova RDC da ANVISA que a nosso ver irá dirimir as dúvidas principalmente em relação às rotulagens dos produtos facilitando o entendimento das regras. A publicação das Diretrizes de Intervenção Coronária Percutânea em junho e a realização da pesquisa sobre o impacto da radiação ionizante sobre o intervencionista durante os congressos da SBC e SBHCI foram importantes ações conjuntas. Essa última demonstrou que o intervencionista apresenta mais que o dobro de incidência de catarata que o cardiologista que não atua com radiação e com aparecimento precoce, em média vinte anos antes do que na população geral. Uma SBC cada vez mais atuante junto aos seus departamentos, buscando trazer benefícios reais aos sócios e estar presente em seu dia a dia promovendo atualização científica e valorização profissional é o que esperamos para o futuro. O caminho está sendo trilhado.