Jornal SBC 178 | Maio 2017 - page 25

Domingo Braile é professor emérito da Faculdade
Estadual de Medicina de Rio Preto e sênior da
Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Pró-
reitor de Pós-Graduação da Famerp, editor-chefe do
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (BJCVS) e
Titular SBCCV, AATS, EACTS e SBC.
Cirurgia Cardíaca
por Domingo Braile
Relação Médico Paciente
por Protásio Lemos da Luz
Protásio Lemos da Luz é professor sênior de
Cardiologia do InCor da Faculdade de Medici-
na da Universidade de São Paulo - FMUSP
União gera sucesso
Algumas características do congresso do ACC merecem regis-
tro. O congresso é eminentemente clínico – revisões da prática,
controvérsias, grandes estudos internacionais, farmacologia,
epidemiologia, métodos diagnósticos – todos temas centrados
na prática clínica. Várias reuniões sobre educação médica e car-
reira profissional também foram feitas. Na pesquisa, igualmente
predominaram investigações clínicas, em tópicos variados. En-
tre os estudos clínicos destacam-se os anticorpos monoclonais
para tratamento de dislipidemias. Embora as observações sejam
de curto prazo, os resultados positivos sinalizam uma nova era.
Pôsteres foram amplamente utilizados e atraíram grande au-
diência, possibilitando produtiva interação entre pesquisadores
e público. A chamada ciência básica teve presença reduzida;
parece até que o College fez um acordo com a American Heart
Association: esta se ocupa da área básica predominantemente.
Houve poucas sessões sobre cirurgia cardiovascular, um
contraste com o passado. Por outro lado, intervenções per-
cutâneas estiveram muito representadas, tanto em coronárias
quanto em válvulas. Por exemplo, intervenções sobre valva
mitral, aórtica e carótidas, estão em expansão, englobando
pacientes de risco intermediário, em contraste a circunstân-
cias anteriores nas quais só pacientes de alto risco cirúrgico
eram assim tratados.
Técnicas não invasivas diagnósticas, de imagem, mostram-se
cada vez mais precisas, e em uso crescente. Biomarcado-
res, químicos e genéticos, também foram bastante avaliados;
nota-se um refinamento nessas avaliações o que se refletirá
em análises mais precisas do risco cardiovascular no futuro.
Estudos sobre estilo de vida também foram relevantes.
Em suma, o Congresso reflete a evolução do conhecimento
e representa uma sinalização sobre as tendências futuras da
profissão. Isso é especialmente significativo para as novas
gerações que se iniciam na profissão médica.
Congresso do American College of
Cardiology – 2017 – Tendências
Por ocasião do 44º Congresso da SBCCV, fizemos questão de
disponibilizar a Edição: 32-2 do BJCVS, pondo em evidência o
tema do Título e subtítulo deste artigo.
O assunto é fundamental para todas as atividades humanas,
mas na fase atual da medicina, e de nossas especialidades, co-
nhecê-lo torna-se imperioso para adequadamente praticá-lo.
Cito a experiência de distintos profissionais:
• Um cirurgião cardiovascular indiano, Dr. Devi Shetty, criou um
modelo de gestão da saúde revolucionário para a realidade
indiana;
• Aqui no Brasil o cirurgião cardiovascular Dr. Marcus Vinicius
Gimenes desenvolveu o princípio da “Consulta do Bem”, bus-
cando facilitar aos pacientes acesso aos cuidados de saúde
privados, baseado em um modelo econômico compartilhado.
Os dois exemplos cristalizam-se em um artigo, no qual se discu-
te a importância da liderança para os cirurgiões cardiovascula-
res e de como o conceito de liderança mudou desde as últimas
décadas.
Devemos focar nossa atenção nesses detalhes se desejarmos
continuar a ocupar a merecida posição de destaque no concerto
da sociedade.
Empreendedorismo e Cirurgia Cardiovascular
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