Jornal SBC 183 | Outubro 2017

Coração Valente Histórias da Cardiologia por Reinaldo Hadlich Reinaldo Hadlich é Prof. do Instituto de Pós-graduação Médica do Rio de Janeiro. Presidente do Centro de Estudos do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro. Vice-presidente do Departamento de Clínica Cardiológica da Socerj Pela importância da trajetó- ria do colega Rubens Nassar Darwi- ch iremos dedicar a ele esta e a próxima edição do jornal. O texto que segue foi enviado pelo próprio e por seu filho também Rubens. O artigo completo está no link: http:// jornal.cardiol.br/2017/outubro/historias-da-cardiologia.html Rubens Nassar Darwich nasceu em Severínia/SP, mas logo mudou-se para Belo Horizonte/MG, onde formou-se pela Faculdade de Ciências Médicas. Em 1960, os re- cém-formados Rubens Darwich, Benedito S. Amaro, Mussi Assad e Renato Miari uniram-se aos veteranos José Viera de Mendonça e José Expedito Janotti e fundaram o Pronto- cor, primeiro Hospital de Cardiologia de Minas, com o pio- neirismo da atividade de atendimento domiciliar de urgência com ambulância e o primeiro eletrocardiógrafo portátil da cidade, capaz de realizar o eletrocardiograma com registro em tempo real. O Prontocor foi o primeiro hospital voltado exclusivamente para a cardiologia clínica e cirúrgica. No iní- cio da década de 1960 deu início à residência médica, tendo a oportunidade de formar várias gerações de cardiologistas, aproximadamente 300. Rubens, consultando uma revista médica francesa, encontrou um artigo que referia-se sobre como construir um desfibrilador, já que até a década de 1960, dispúnhamos apenas de medi- camentos que eram administrados por punção intracardíaca transtorácica. Os resultados eram precários. Com a intenção de desenvolver o desfibrilador, valeu-se de um engenheiro, que fabricava equipamento de raio-X, que, sensibilizado com o entusiasmo de Rubens Darwich aceitou o desafio. Desenvolveu o desfibrilador de corrente alternada, que, pre- cariamente melhorou os resultados da fibrilação ventricular, com sucesso muito limitado. Esta limitação dos desfibrilado- res de corrente alternada, foi resolvida com a introdução dos desfibriladores baseados em corrente contínua, por Bernard Low, com sucesso até os dias de hoje. Pioneirismo na Cardiologia em Belo Horizonte - primeira parte A história de Rubens Darwich e a eletrocardiografia mineira e nacional Relação Médico Paciente por Protásio Lemos da Luz Protásio Lemos da Luz é professor sênior de Cardiologia do InCor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP Embora dezenas de biomarcadores tenham sido estudados, pou- cos realmente têm utilidade clínica, como, PCR, BNP e troponi- nas. Como o tratamento atual da DAC ainda é imperfeito, como atesta o risco residual médio de 65%, observado em todos os es- tudos como estatinas, necessitamos de biomarcadores eficientes para escolher os pacientes que merecem maior atenção. Além de biomarcadores plasmáticos, estudos de imagem, como o BioIma- ge Study , mostram que análises de volume de placas carotídeas associadas ao escore de cálcio coronário, são de grande utilidade na predição de eventos. Dados recentes indicam que substân- cias derivadas da flora intestinal, como a Trimethylamine-N-oxide (TMAO) – poderão também ser marcadores úteis. Porém, a grande expectativa repousa na Epigenética. Hoje se sabe que somente 1 a 2% do genoma humano é codificador e indutor da geração de proteínas. Na porção chamada não-codi- ficadora estão pequenos componentes do genoma, microRNA (miRNA) – cuja função principal é estimular, regular ou bloquear a expressão dos genes codificadores. Este sistema constitui a Epigenética e tem múltiplas características, sendo sua estabi- lidade química uma das principais. Milhares já foram identifica- das no plasma e na urina. As funções deles estão sendo pro- gressivamente desvendadas. No entanto, claramente, miRNAs são biomarcadores e alvos terapêuticos. Por exemplo, MiR-21, MiR-29, MiR-25 e MiR-132 foram relacionados a cardiomiócitos, fibroblastos, metabolismo de cálcio e fibrose cardíaca. Portanto, pode-se esperar que no futuro próximo, biomarcado- res epigenéticos constituirão elementos importantes para avalia- ção de risco cardiovascular. Novos biomarcadores – de onde virão? 24

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