Jornal SBC 203 | junho 2019

A proporção de mulheres médicas au- mentou nos últimos anos. Em 1910, era de 22%, mas chegou a cair ao lon- go do tempo, sendo de apenas 13%, em 1960. Em 2018, chegou a 45,6%, com predominância das mais jovens. O crescimento das mulheres na cardio- logia tem velocidade menor, represen- tando hoje cerca de 30% do total. Se considerarmos as mulheres cardiolo- gistas envolvidas em docência e pes- quisa, essa proporção diminui ainda mais. Nos cinco últimos congressos da SBC apenas um quinto dos palestran- tes foram cardiologistas. É fundamental ampliar a participação das mulheres na cardiologia e confe- rir mais espaços na agenda científica societária para mudar os indicadores desfavoráveis. Por isso, na coluna des- te mês, homenageio uma jovem que representa tantas espalhadas por esse enorme Brasil. Carolina Moreira Montenegro é uma jovem brilhante, que trabalhou até o fi- nal de sua gestação. Ela é graduada pela Universidade Federal de Alagoas, fez residência em Clínica Médica pela Universidade de Taubaté e especializa- ção em Cardiologia pelo Instituto Dan- te Pazzanese de Cardiologia (IDPC), em São Paulo. Em 2015, concluiu es- pecialização em Ecocardiografia no mesmo IDPC. Atualmente é coordenadora do setor de Ecocardiografia do Hospital Universitá- rio Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, e ainda divide seu tempo nos hospitais Alberto Urquiza Walderley, Nossa Se- nhora das Neves e Memorial São Fran- cisco, além da clínica particular Centro- cor. “Uma rotina bastante puxada que começava às 7h, sem hora certa para terminar, algumas vezes estendendo-se até meia-noite”, lembra. Em 7 de abril, Carolina Moreira Monte- negro teve a grata surpresa, depois de um susto. “A bolsa rompeu e o bebê nasceu com 37 semanas, antes do pre- visto”, conta a especialista. Pedro che- gou com 3,365 kg, 49 cm e depois de passar 3 dias com a mãe na maternida- de do Hospital Alberto Urquiza Walder- ley, os dois foram para casa. Mãe e filho passam bem. Mulheres cardiologistas ainda não refletem a realidade médica no Brasil As médicas representam 45%, enquanto as cardiologistas estão em torno de 30% Norte e Nordeste por Marcelo Queiroga Marcelo Queiroga é Diretor de Departamento de Cardiologia Intervencionista e coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (João Pessoa-PB), Conselheiro do CRM-PB, Membro da Comissão de Avaliação de Novos Procedimentos do CFM, Presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Carolina Montenegro nos dias finais de gestação O pequeno Pedro já com a camiseta da SBC Questionada sobre o futuro, a especia- lista afirma que precisará conciliar me- lhor a vida profissional e a pessoal ago- ra com o bebê. “Vou precisar adequar melhor meus horários para poder me dedicar também ao Pedro”, conta com voz bastante feliz. 25

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