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Jornal SBC 105 | Abril 2011 3

DIRETORIA

SBC temparticipação importante em recuo da Anvisa sobre sibutramina

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) foi um dos atores principais na audiência pública que fez a Anvisa reconsiderar a decisão de vetar a sibutramina e outras drogas para emagrecimento, sem ouvirassociedadesmédicas sobre a necessidade do medicamento para tratar de seus pacientes.

Na Audiência Pública, considerada histórica, a SBC foi representadapor LázaroMirandaque, para levar aposição da entidade, consultou oDepartamento de Aterosclerose, o presidente Jorge Ilha e o presidente futuro, Jadelson Andrade. “A importância do nosso pronunciamento decorre do fato de que como o cardiologista não receita as drogas que se discutia, não há quaisquer confitos de interesse”, explica Lázaro.

A posição da SBC é que, como órgão regulador, cabe à Anvisa discutir o uso, mas é vital que as decisões não sejam tomadas a portas fechadas, mas que seja ouvido o médico que trata o paciente. Disse que o interesse da SBC é grande, já que a obesidade é risco cardíaco e uma das recomendações constantes do cardiologista é que seus

Essa queda de braço entre o órgão regulador e as sociedades médicas tem que acabar

pacientes evitem sobrepeso e obesidade.

Ora, continua Lázaro Miranda, sem ouvir as sociedades médicas, o que só foi feito após a repercussão da “Nota Técnica” na imprensa, a Anvisa baseou-se em um estudo “Scout” europeu e com pacientes cardiopatas e hipertensos, exatamente os que, pela bula do medicamento, não devem ter a droga prescrita. “No universo pesquisado era de esperar até número maior de complicações”, afrma o médico, para quem o estudo em questão não resiste ao rigor exigido da medicina baseada em evidências.

Em resumo, a posição da SBC foi no sentido de “manter os anorexígenos de ação central, inclusive a sibutramina”; “implementar a regulação da prescrição só para quem pode tomar e apresenta boa resposta em trêsmeses”,“que a Anvisa sempre busque as Sociedades de Especialidades para assessoramento, deixando de tomar decisões unilaterais”, e“que o paciente seja visto como o único foco e benefciário da questão, não podendo fcar órfão da medicação”.

O jornal O Estado de S. Paulo, que divulgou o recuo da Anvisa e a decisão de amplo debate do assunto, ressaltou a intervençãodo representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, citando a frase em que, após sua exposição, insistiu para que “essa queda de braço entre o órgão

regulador e as sociedades médicas temque acabar”e que “a SBC entende que o debate deve continuar, mas sempre com participação de especialistas”.

Confra abaixo a opinião dos endocrinologistas sobre o assunto e, na página 10, a repercussão na imprensa da participação da SBC.

Endocrinologistas também criticam

posição da Anvisa

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica manifestaram total contrariedade à possibilidade de restrição dos medicamentos que combatem a obesidade. Para as duas entidades, não há nenhuma dúvida que muitas vezes as medicações contra obesidade fazem a diferença entre o indivíduo estar obeso doente e tornar-se um paciente são.

“Recentemente elaboramos a atualização das Diretrizes para o tratamento Farmacológico da Obesidade, que foi avaliada e aprovada pela comissão das Diretrizes da Associação Médica Brasileira. O objetivo da Diretriz é fornecer elementos para que o médico possa tratar o paciente obeso com as medicações atualmente disponíveis no mercado, fundamentado em medicina baseada em evidências. Os graus de recomendação, as

avaliações de benefício/risco estão muito claros nesse documento, sendo responsabilidade domédico a escolha correta da medicação”, informaram as duas entidades.

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