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Jornal SBC 108 | Julho 2011 18

JOVEM CARDIOLOGISTA

Equipe de Paula Macedo disputa prêmio

da “One Mission One Million”

Um projeto de prevenção de AVC desenvolvido no Hospital de Base do Distrito Federal pela jovem cardiologista Paula Gonçalves Macedo e sua equipe está concorrendo ao prêmio “One Mission One Million – Getting to the heart of stroke”, prêmio de 100 mil euros, além de vir recebendo elogios internacionalmente pelos resultados que tem obtido.

Paula, que se formou no ano 2000 pela Universidade de Brasília (UnB) e terminou sua residência no início de 2005, é cardiologista e arritmologista, e como coordenadora da arritmia do Hospital de Base, verifcou que os pacientes com fbrilação atrial eram subtratados e que havia pouca aderência à medicação.

A cardiologista, que é a única da equipe funcionária da Secretaria da Saúde do Distrito Federal, se aliou a um grupo de voluntários, a enfermeira Clarissa Novakoski, os médicos Benhur Henz e Luiz Leite, que é o presidente da SBC/DF, José Roberto Barreto e Edna Marques. Eles iniciaram um programa que elevou o uso dos anticoagulantes pelos pacientes com essa arritmia, que era inferior a 15%, para mais de 70%.

“Nós tínhamos percebidoque os pacientes não recebiam toda a medicação recomendada, principalmente para prevenção do AVC”, diz Paula. O presidente da SBC/ DF complementa, informando que o programa foi adotado em parte também pela falta de recursos, e começou com a criação de uma unidade específca, o “Ambulatório de Fibrilação Atrial do HBDF”, que recebe os pacientes encaminhados por hospitais e centros de saúde do Distrito Federal e Estados próximos.

Enquantonopassadoesses pacientes específcos tinham difculdade de acesso ao profssional de saúde, agora são atendidos diretamente pela equipe especializada, e toda segunda-feira são dadas aulas com orientação sobre a fbrilação e oferecido o acompanhamento médico. “O paciente não recebe apenas o medicamento, mas também faz testes sanguíneos periódicos para determinar a dose ideal do remédio”, explica Luiz Leite; e Paula confrma que esses cuidados são essenciais para prevenir a ocorrência de um possível AVC ou complicações do uso da medicação.

O paciente Antonio da Cruz Oliveira, de 60 anos,

confrma a efcácia do programa, e conta: “Venho aqui de 25 em 25 dias para fazer o exame de sangue de medição do nível de coagulação e receber orientação”, e há dois anos obedece a essa rotina importante para sua saúde.

O atendimento inclui orientação à família, explicações sobre os riscos associados à arritmia, diz Paula, as eventuais complicações e a relação risco-benefício, pois a médica lembra a seus pacientes que a dosagem dos medicamentos precisa ser obedecida rigorosamente, já que são remédios cujo abuso ou erro da dose leva até a risco de morte.

O programa, que já benefciou mais de 300 pacientes, teve repercussão internacional e foi selecionado com 183 outros para concorrer ao prêmio, que decorre da união de esforços de 40 organizações de vários países, cuja meta é prevenir um milhão de casos de AVC relacionados à fbrilação atrial, por meio do diagnóstico e da educação, o que leva o programa de Brasília a se enquadrar perfeitamente no escopo.

Luiz Leite, presidente da SBC/DF; Paula Gonçalves Macedo, Clarissa Novakoski, Benhur Henz; e José Roberto Barreto

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