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Jornal SBC 116 | Março 2012
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DIRETORIA
Assinado acordo comparâmetros éticos da
relação médico-indústria
Acordo inédito – firmado entre o Conselho Federal de
Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB),
a Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Associação
da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma),
associação que representa a indústria farmacêutica
internacional que atua no Brasil – estabeleceu
normatização de relacionamento entre a classe médica
brasileira e a indústria de medicamentos.
O protocolo, aprovado pela plenária do CFM e assinado
e divulgado no dia 14 de fevereiro, na sede do
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp), já está em vigor. O documento, elaborado
ao longo de mais de um ano de discussões, que teve a
iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia, passa
a ser importante instrumento para assegurar uma
clara relação e fixar os limites éticos entre profissionais
médicos e setores da indústria de medicamentos.
Fazemparte do documento temas como a transparência
na relação entre médicos e setores do mercado, o
apoio dessas empresas ou entidades à organização de
congressos técnicos e científicos, os patrocínios aos
médicos convidados de eventos, as ofertas de brindes e
as boas práticas esperadas no trabalho de visitação aos
hospitais, clínicas e consultórios.
ParaopresidentedoCFM, RobertoLuizd’Àvila, a iniciativa
atesta que a relação entre médicos e a indústria evolui
para um novo patamar. “Ganhamos em transparência e
em respeito. Isso sem contar a autonomia e a liberdade
que os médicos e suas entidades de representação
conquistam no momento de expressar suas opiniões,
ideias e análises”, ressalta.
Antônio Britto, presidente da Interfarma, destaca
que um dos principais méritos da iniciativa é que ela
determinará, de maneira clara, as diretrizes éticas da
relaçãomédico-indústria. Ele explica que os trabalhos do
CFM e da Interfarma tiveram o propósito de esclarecer
alguns pontos dessa relação que não eram claramente
definidos. “Aí nasceu a ideia de um trabalho conjunto
que discutisse isso com duplo objetivo: fazer com que
haja regras absolutamente claras e transparentes, e que
essas regras tornem cada vez mais ética a relação entre
médicos e a indústria”, explica.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
Jadelson Andrade, diz que há um ano a entidade tomou
a iniciativa de reunir as instituições envolvidas e a
indústria para chegar a um consenso necessário, que se
corporifica agora no documento do Conselho Federal
de Medicina e conta com a participação e o total apoio
da Associação Médica Brasileira.
“O documento traz a necessária transparência no
relacionamento médico-indústria”, diz ele, e representa
o resultado do trabalho de vários setores que, ao longo
de demoradas reuniões, conseguiram um consenso
entre a associação que representa um percentual
significativo da indústria farmacêutica que atua no país,
as sociedadesmédicas eoConselhoFederal deMedicina.
Para Jadelson, esse acordo pioneiro certamente balizará
outros que se seguirão, estabelecendo parâmetros
éticos que, em última instância, haverão de beneficiar o
paciente, cuja saúde e correto atendimento médico é o
objetivo final de todos os envolvidos.
Confira as principais orientações do CFM no
www.cardiol.br.
Oprotocolo inédito, aprovado pela plenária do CFMe lançado em fevereiro na sede do Cremesp, já está emvigor.
Brasil ganhamedalha de ouroda campanha doDia
Mundial doAVC
A campanha brasileira levou a medalha de ouro
no concurso mundial promovido pela World
StrokeOrganization, da qual participaram 40 países.
O prêmio será entregue durante o Congresso Mundial
de Acidente Vascular Cerebral (AVC), em outubro, em
Brasília. AdiretoriadaSociedadeBrasileiradeCardiologia
recebeu um agradecimento especial encaminhado por
Sheila Cristina Ouriques Martins, da Rede Brasil AVC, no
qual destaca o apoio recebido da SBC, importante para
o desenvolvimento da campanha, que foi realizada em
51 cidades de 22 Estados brasileiros.
“Uma emcada seis pessoas nomundo teráumAVCao longo
de sua vida – esta pessoa pode ser você”.
Esse foi o tema da
WSO e, no Brasil, a campanha foi organizada em conjunto
pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares,
pela Academia Brasileira de Neurologia, pela Rede Brasil
AVC e pela Associação Brasil AVC, com apoio da SBC, da
Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca, da AMB e da
Rede Brasileira de Cooperação de Emergência.
A campanha brasileira foi escolhida pela parceria feita
com o Ministério da Saúde e com diversos clubes de
futebol, que propiciou ações nos jogos do campeonato
brasileiro de futebol com a entrada em campo dos
jogadores com as camisetas da campanha. O trabalho
incluiu ainda um minuto de silêncio pelas cem mil
vidas que se perdem no Brasil a cada ano devido ao
AVC e a distribuição de panfletos. As campanhas da
SBC foram aproveitadas no contexto, entre as quais a
‘Eu sou 12 por 8’.
A campanha foi escolhida pela parceria feita com o Ministério da Saúde, entidades médicas, com diversos clubes
de futebol e apoio da SBC.