Jornal SBC 123 | Outubro 2012
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Dia Mundial do Coração foi levado a todos os
5.565 municípios brasileiros
Em todas as Unidades Básicas de Saúde dos 5.565
municípios brasileiros foram realizadas atividades ligadas
ao Dia Mundial do Coração. Foi a primeira vez que a
comemoração organizada pela Diretoria de Promoção da
Saúde Cardiovascular da SBC teve amplitude tão grande.
O diretor Carlos Alberto Machado explica que a ação
contou com o apoio do Ministério da Saúde, do
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), do
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems), dos Conselhos de Secretários Municipais
de Saúde (Cosems) e das Regionais da SBC. Uma aula
foi desenvolvida para profissionais da área de saúde e
ficou disponível na internet, além de uma cartilha para a
população que apresentava os fatores de risco que levam
a morbidade e mortalidade cardiovascular.
Sudeste e Sul
Em São Paulo, a ação foi na estação da CPTM do
Brás e novamente teve a participação da Ceagesp,
que distribuiu frutas, e da Secretaria de Transportes
Metropolitanos do Estado de São Paulo. Outra atividade
foi montada no Centro de Referência do Idoso, da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em São
Miguel Paulista, para a estratificação do risco cardíaco
dos frequentadores do local.
Porto Alegre programou duas semanas com diversas
atividades e panfletagem. Em Florianópolis a
concentração foi no Largo da Alfândega e em Curitiba na
Boca Maldita.
Nordeste
Em Fortaleza, houve medições de pressão arterial,
circunferência abdominal, monóxido de carbono,
cálculo do IMC, distribuição de folhetos e orientações
nutricionais no Shopping Center Um. Clínicas e
hospitais de Maceió receberam os folhetos da
campanha que foram distribuídos aos pacientes. Já no
Centro de Saúde Adriano Podré, em Salvador, foram
feitas palestra e caminhada, além da distribuição da
cartilha. Ações também foram organizadas no Sítio
da Trindade, em São Luiz do Maranhão; na Avenida
Raul Lopes, perto da Ponte Estaiada, em Teresina;
no Supermercado Nordestão Santa Catarina e Hiper
SBC ainda disponibilizou aula para profissionais de saúde e cartilha para a população
Bompreço Prudente de Morais, em Natal, no Rio Grande
do Norte.
Norte e Centro-Oeste
As regionais do Amazonas e Pará organizaram palestra,
medição de pressão arterial e distribuição de folhetos no
Aeroporto Eduardo Gomes e na UBS Paraíso dos Pássaros
e Mercado do Ver o Peso. Em Brasília as atividades foram
programadas no Ginásio Nilson Nelson, com participação
da Secretaria de Saúde do DF e da Liga de Cardiologia
da Universidade Católica. Em Campo Grande foram
programados caminhada, alongamento, medição de
pressão arterial, IMC e distribuição das cartilhas.
PREVENÇÃO
Foto: Valdete Martins
Ações contaram com medição de colesterol, glicose
e pressão arterial.
Rezar, respirar e baixar… a pressão
E s t u d o s
c i e n t í f i c o s
comprovam
que
o
ato
de
rezar
pode
reduzir
significativamente a pressão
arterial e equilibrar os reflexos
cardiovasculares.Oimportante,
nesse caso, não parece ser a fé
ou qualquer outra propriedade
espiritual das orações, mas
sim a lentificação do padrão
respiratório que ocorre em
alguns tipos de preces, como
os mantras yogues e os
rosários cristãos.
As variáveis cardiovasculares sofrem influência do
ritmo respiratório. A respiração lenta, na frequência
de 0,1 Hz, que corresponde a um ciclo respiratório a
cada 10 segundos, promove uma sincronização entre
a respiração e ritmos cardiovasculares inatos com
consequente modulação das atividades autonômicas
central e periférica. O barorreflexo é o principal
mecanismo regulador da pressão arterial em curto
prazo, promovendo ajustes pressóricos agudos,
batimento a batimento. Há evidências de que a
respiração lenta promova melhora da sensibilidade do
barorreflexo, da variabilidade da frequência cardíaca
e do fluxo da microcirculação, além de redução
na resistência arterial periférica, com consequente
atenuação aguda da pressão arterial. A respiração lenta
mostrou-se também efetiva em promover elevações
na saturação de oxigênio no sangue e na tolerância ao
exercício, além de atenuar a exacerbada sensibilidade
do quimiorreflexo.
A técnica de respiração lenta pode ser desenvolvida
com treinamento, como fazem milenarmente muitos
religiosos, ou com a utilização de equipamentos
eletrônicos auxiliares. Existem dispositivos que,
acoplados ao tórax, são capazes de avaliar a respiração
Preces e mantras são recursos efetivos no controle da hipertensão arterial
ESTILO DE VIDA
e, por meio de uma melodia transmitida ao usuário
por fones de ouvido, ajudam a lentificar a respiração,
induzindo ao prolongamento do tempo expiratório.
Um estudo envolvendo hipertensos leves mostrou que
a prática de 15 minutos diários de ciclos de respiração
lenta promove um decréscimo médio de 5,5 mmHg na
pressão sistólica e de 3,2 mmHg na pressão diastólica.
Tal redução é comparada ao efeito do tratamento
farmacológico com monoterapia. A respiração lenta,
como recurso não farmacológico de controle anti-
hipertensivo, deve ser realizada por pelo menos 15
minutos ao dia, se possível diariamente, ou pelo menos
em 3 a 4 dias por semana.
Referências:
1)Bernardi L, Sleight P, Bandinelli G, et al. Effect
of rosary prayer and yoga mantras on autonomic cardiovascular
rhythms: comparative study. BMJ 2001; 323(7327):1446-9. 2)Anderson
DE, McNeely JD, Windham BG. Regular slow-breathing exercise
effects on blood pressure and breathing patterns at rest. J Hum
Hypertens 2010;24(12):807-13.
Foto: Valdete Martins
Medição de altura para cálculo
de IMC