Jornal SBC 131 | Junho 2013
        
        
          
            6
          
        
        
          
            Fator de Impacto da
          
        
        
          
            Revista ABC
          
        
        
          
            é publicado pela
          
        
        
          
            quarta vez pela Thompson-Reuters
          
        
        
          
            DIRETORIA
          
        
        
          Os
        
        
          Arquivos Brasileiros de Cardiologia
        
        
          estão
        
        
          presentes em todas as principais bases de
        
        
          dados internacionais e este ano o periódico
        
        
          teve a publicação, pela quarta vez, de seu
        
        
          Fator de Impacto pela Thompson-Reuters.
        
        
          Neste período, os fatores de impacto
        
        
          divulgados variaram entre 0,88 a 1,31
        
        
          e o valor obtido este ano foi de 1,12,
        
        
          demonstrando que temos uma situação
        
        
          consolidada em um nível que nos coloca
        
        
          entre o primeiro e o segundo quartil em
        
        
          relação aos 122 periódicos científicos
        
        
          relacionados à cardiologia e ao sistema
        
        
          cardiovascular, indexados na base de
        
        
          dados Web of Science.
        
        
          Paralelamente, esta posição nos situa
        
        
          entre os dez periódicos brasileiros
        
        
          com melhor Fator de Impacto, à
        
        
          semelhança de outros periódicos
        
        
          de grande tradição científica. Além
        
        
          disso, este parâmetro bibliométrico
        
        
          nos garante a classificação pela
        
        
          CoordenaçãodeAperfeiçoamento
        
        
          de Pessoal de Nível Superior
        
        
          (Capes)
        
        
          do
        
        
          Ministério
        
        
          da
        
        
          Educação como um periódico
        
        
          Qualis
        
        
          B2,
        
        
          colaborando
        
        
          com a qualificação dos Programas de Pós-
        
        
          Graduação brasileiros com linhas de pesquisa
        
        
          no
        
        
          campo
        
        
          da
        
        
          Cardiologia
        
        
          perante
        
        
          as
        
        
          agências governamentais.
        
        
          A evolução futura desse parâmetro e dos outros
        
        
          índices bibliométricos dos
        
        
          Arquivos
        
        
          depende da
        
        
          consolidação da qualidade editorial de nossa revista
        
        
          e principalmente do nível científico dos artigos por
        
        
          ela publicados. Finalmente, a elevação do Fator
        
        
          de Impacto depende também do apoio de todos
        
        
          os pesquisadores brasileiros no sentido de não se
        
        
          esquecerem de citar os artigos divulgados pelo
        
        
          periódico em suas novas publicações.
        
        
          
            Luiz Felipe P. Moreira
          
        
        
          Editor-Chefe dos
        
        
          
            Arquivos
          
        
        
          
            Brasileiros de Cardiologia
          
        
        
          
            Cultura do pronto-socorro
          
        
        
          
            DEFESA PROFISSIONAL
          
        
        
          José Xavier de Melo Filho
        
        
          Diretor de Qualidade
        
        
          Assistencial da SBC
        
        
        
          O Dr. Jayme Murahovschi
        
        
          enviou e-mail tratando da
        
        
          “tirania da urgência”.
        
        
          Por outro lado, o noticiário da
        
        
          mídia referente ao setor da
        
        
          saúde está concentrado em
        
        
          demora no atendimento da
        
        
          emergência.
        
        
          As pessoas ficam horas
        
        
          aguardando
        
        
          para
        
        
          ser
        
        
          atendidas. Frequentemente são crianças, e seus pais
        
        
          acumulam a sensação de impotência e desproteção.
        
        
          Quando os pacientes são atendidos, acrescente-se, o
        
        
          são por profissionais com quem não tiveram contato
        
        
          antes e que quase certamente não verão mais.
        
        
          Isso é a negação da profissão médica, que se baseia
        
        
          no vínculo e na responsabilidade de quem atende
        
        
          para com quem é atendido. A advertência, que
        
        
          acompanha a receita e o pedido de exame, é a de que
        
        
          busque o seu médico, ou o seu serviço de saúde, para
        
        
          o acompanhamento.
        
        
          O que ocorre é que esse paciente não tem acesso
        
        
          nem a médico nem a serviço de saúde, razão por
        
        
          que buscou o pronto-socorro, onde imagina ter a
        
        
          resolubilidade capaz de solucionar o seu problema.
        
        
          Nessa situação, o que se verifica é que a maioria dos
        
        
          pacientes não está com problema que o pronto-
        
        
          socorro possa resolver. Não são casos que exigem
        
        
          providências radicais. Antes, são sintomas que
        
        
          necessitam de acompanhamento por profissionais
        
        
          que já conhecem o paciente e que conseguem avaliar
        
        
          adequadamente o seu problema.
        
        
          O plantonista tem a tendência natural, até para se
        
        
          proteger, de receitar medicamentos e solicitar exames de
        
        
          utilidade discutível, que ampliam gastos e geram novas
        
        
          preocupações, pela dificuldade de agendamento.
        
        
          Cabe perguntar por que tudo isso acontece. A
        
        
          resposta vem sendo colocada há muito tempo.
        
        
          Trata-se da falta de serviços básicos à disposição da
        
        
          população, mas também de serviços especializados e
        
        
          leitos, que não têm relação com o número de pessoas
        
        
          a serem atendidas.
        
        
          Em 1995, quando consolidamos o Programa de Saúde
        
        
          da Família, colocando um médico, uma enfermeira e
        
        
          uma auxiliar para tratar de cerca de 3.500 pessoas,
        
        
          simultaneamente pleiteamos aumento de recursos
        
        
          que não poderiam ser atendidos pelo Orçamento.
        
        
          Buscamos nova fonte na CPMF, prontamente
        
        
          esterilizada pela área econômica do governo.
        
        
          Passados 18 anos, desde então, o que houve foi o
        
        
          agravamento da situação.
        
        
          Em1999, demonstrei que, apenas na cidade de São Paulo,
        
        
          faltavam 12 mil leitos, ou 60 hospitais de 200 leitos, e
        
        
          necessitávamos de pouco mais de quatro mil equipes de
        
        
          saúde da família. Hoje, a deficiência de leitos na periferia
        
        
          continua. Apenas dois hospitais foram construídos, o da
        
        
          Cidade Tiradentes e o do M’Boi Mirim, e apenas 2.200
        
        
          equipes foram implantadas, algumas incompletas.
        
        
          O que precisamos é de uma nova fonte de recursos, que
        
        
          seja seguramente vinculada para a saúde, capaz de suprir
        
        
          a necessidade sentida há décadas.
        
        
          Várias propostas de melhoria de gestão, que devem
        
        
          sim ser feitas, não têm o condão de substituir a massa
        
        
          de recursos de que necessitamos e que, em um cálculo
        
        
          preliminar, significa dobrar o gasto que hoje contamos no
        
        
          setor público.
        
        
          Não se iluda o prefeito, que assume com as melhores
        
        
          intenções: não há milagre a ser feito, mas recursos, e não
        
        
          pequenos, a ser mobilizados. Caso contrário, a situação
        
        
          atual irá persistir e até se agravar.
        
        
          
            ADIBD.JATENE,83,cardiologista,éprofessoreméritodaUSPediretor-geraldoHospitaldoCoração.FoiministrodaSaúde(governosColloreFHC),secretárioestadualdaSaúdedeSP(governoMaluf)ediretordo InCor(InstitutodoCoração)