Jornal SBC 153 · Abril · 2015
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Highlights
CORONARIOPATIAS EMERGENCIAIS E TERAPIA INTENSIVA(1)
Cinco escores de risco foram recentemente avaliados na predição de risco cardiovascular e a
conclusão é que todos superestimaram o risco. Três deles baseados no escore de Framingham,
incluindo o Reynolds score, alémda ASCVD (calculadora de risco) da AHA/ACC.
A análise se utilizou
de uma base de dados de dez anos de 4.227 pacientes. Os escores com base em
Framingham e
a calculadora ASCVD superestimaram riscos para eventos em homens (37% - 154%) e mulheres
(8% - 67%). Os cinco scores pouco se diferenciaram na classificação em alto e baixo risco. A
menor superestimação para os homens foi com o Reynolds score. Isso chama a atenção para a
possibilidade de excesso de uso de estatinas, por exemplo, em virtude da superestimativa de risco.
Referências:
DeFilippis AP et al. An analysis of calibration and discrimination among multiple
cardiovascular risk scores in a modern multiethnic cohort. Ann Intern Med 2015 Feb 17; 162:266.
Luiz Bezerra Neto
SBC/DCC/GECETI
CORONARIOPATIAS EMERGENCIAIS E TERAPIA INTENSIVA(2)
O tempo de indução da hipotermia pós-parada cardíaca em IAM mostra um resultado paradoxal
no que se refere a danos neurológicos, foi essa a conclusão da avaliação do Dr. Pearman, feita
com 321 pacientes, mostrando que induções que atingiram a temperatura alvo em menos de 2h
se mostraram com desfechos neurológicos piores (15,6%
vs
32,5, P = 0,003), já aqueles em que
esse alvo foi atingido em mais de 5h a chance de desfecho neurológico favorável foi maior (35,6%
vs
18,9%; p = 0,002). Para cerca de 50% dos pacientes do estudo, cujo tempo de indução ficou
entre 2 e 5 horas, não houve diferença no resultado. À luz desses resultados, os autores sugerem
que o tempo de indução pode ser útil como uma ferramenta prognóstica no período pós-parada.
Referências:
Kelly N. Sawyer, Michael C. Kurz in
Resuscitation,
março 2015 - Volume 88
páginas A3–A4.
Luiz Bezerra Neto
SBC/DCC/GECETI