A Federação promove o desenvolvimento
da Cardiologia a serviço da saúde da
população dos países e territórios onde a
língua portuguesa é oficial
“
”
A comunidade dos países de língua
portuguesa mantém relações de cooperação
política e econômica, porém, o intercâmbio
na área de saúde é precário
“
”
Jornal SBC:
Quais são os caminhos possíveis para mudar esse cenário?
Gláucia Moraes de Oliveira:
O necessário é melhorar as condições sociais e econômicas dessas sociedades
com elevação e distribuição da renda, acesso à educação, saneamento e habitação adequados, promoção
de atenção básica e métodos preventivos de saúde, que reduzam ou eliminem os fatores de risco, levando à
queda da incidência das doenças cardiovasculares. Essas medidas são eficazes na capacidade de promover
saúde e bem-estar, além de reduzir as taxas de mortalidade de forma relevante.
Jornal SBC:
Durante o I Congresso da Federação, você proferiu uma palestra sobre a
mortalidade cardiovascular nos países de língua portuguesa. Como está o coração dos
lusófonos?
Gláucia Moraes de Oliveira:
A comunidade dos países de língua portuguesa, constituída por cerca de duzentos
e quarenta milhões de pessoas, mantém relações de cooperação política e econômica, porém o intercâmbio na
área de saúde é precário, principalmente no que tange à saúde cardiovascular. As desigualdades sociais, mesmo
nos países ditos desenvolvidos, estão claramente associadas às doenças, incluindo as cardiovasculares. As
nações de língua portuguesa têm Índices de Desenvolvimento Humano diversos que variam de muito elevado
em Portugal e Macau a baixo em Angola e Moçambique. Observamos uma clara associação entre o IDH, a
expectativa de vida e as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares.
Jornal SBC:
Quais são os objetivos da Federação das Sociedades de Cardiologia de
Língua Portuguesa?
Gláucia Moraes de Oliveira:
A associação, criada em 2014, tem como finalidade promover o desenvolvimento
da Cardiologia a serviço da saúde da população dos países e territórios onde a língua portuguesa é oficial.
A Federação estimula o estudo e a investigação de problemas científicos relacionados com as doenças
cardiovasculares, promove o estudo dos aspectos sociais das cardiopatias e da prevenção, assistência e apoio
aos doentes cardíacos, edita e divulga documentos científicos entre os seus membros, patrocina a presença
de cardiologistas lusófonos em reuniões internacionais, entre outras atividades.
9