Jornal SBC 180 | Julho 2017 - page 25

Domingo Braile é Prof. Emérito da Faculdade Esta-
dual de Medicina de Rio Preto e Sênior da Facul-
dade de Ciências Médicas da Unicamp. Pró-Reitor
de Pós-Graduação da Famerp, editor do Brazilian
Journal of Cardiovascular Surgery
Cirurgia Cardíaca
por Domingo Braile
Relação Médico Paciente
por Protásio Lemos da Luz
Protásio Lemos da Luz é professor sênior de
Cardiologia do InCor da Faculdade de Medici-
na da Universidade de São Paulo - FMUSP
Eleições na Sociedade Brasileira
de Cirurgia Cardiovascular
Num país organizado, pesquisadores e médicos não se envol-
vem diretamente na política. É tácito que ciência e saúde se-
jam prioritários na administração de um país. Porém, no Brasil
de hoje, vivemos uma grave crise, essencialmente em fun-
ção de políticos incompetentes e desonestos corromperem a
administração do Estado. Como consequência, áreas essen-
ciais como saúde, pesquisa e infraestrutura em geral foram
simplesmente “jogadas no lixo”. Os recursos públicos foram
desbaratados; gastou-se em suborno e propina, o que deveria
ter sido usado para desenvolver escolas, hospitais, transporte
público, comunicação entre outros itens essenciais.
A classe política não merece respeito; os políticos só tratam
de interesses pessoais, em geral escusos. Ora, se os repre-
sentantes do povo não ligam para o povo, então este tem que
tomar a si certos compromissos. Portanto, quanto mais ilus-
trado for um segmento do povo, mais lhe caberão responsa-
bilidades. É o caso dos pesquisadores, acadêmicos ou não,
e dos médicos. Somos uma classe privilegiada culturalmente.
Mas nossas atividades estão sendo tolhidas por uma corja de
ladrões, descarados e inconsequentes. Eles não representam
os médicos, como não representam os empresários sérios,
os educadores, os escritores, nem as mães e as enfermeiras.
Portanto, mesmo a contra gosto, pesquisadores e médicos
precisam exercer cidadania, para que se restabeleçam priori-
dades, justiça e humanismo no Brasil. A omissão de sujeitos
educados e honestos equivale a um aval para os usurpadores.
Um chamado à cidadania
Durante a redação deste artigo, estávamos em plena eleição
para a salutar e democrática de eleições da nova Diretoria da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). O
pleito ocorreu entre 22 e 25 de maio, por via eletrônica, geran-
do uma grande ansiedade na espera pelo resultado.
Após de alguns anos sem disputas, eis que a comunidade
ao mostrar sua vitalidade e o seu desejo de evoluir, acabou
por consubstanciar duas chapas com excelentes candidatos
em 2017. A escolha entre os postulantes tornou-se difícil em
função da qualidade dos colegas que as compõe.
Considerando as condições vigentes no país, é admirável a
disposição dos companheiros, que, mesmo vivendo premen-
tes desafios no exercício da profissão, mostram disposição em
assumir as responsabilidades de dirigir uma Sociedade, a qual
enfrenta novas realidades no momento, pois, nos dias atuais,
ocorre uma grande modificação nos procedimentos cirúrgicos,
pelo advento de novos e eficientes sistemas de diagnóstico.
Isso demanda, portanto, inovações nas técnicas operatórias,
estimulando os cirurgiões a rapidamente se reciclarem. Com
esta demanda, a Sociedade assume, além das usuais respon-
sabilidades, a função de Escola de Pós-graduação.
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