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Entrevista Amanda Sousa, presidente do 72º Congresso Brasileiro de Cardiologia

Um congresso que vai trabalhar na fronteira do conhecimento cardiovascular, com três dias de intensa atividade. É assim que a presidente do 72º Congresso Brasileiro de Cardiologia e diretora Geral do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Amanda Sousa, define o evento, que vai acontecer em São Paulo, entre os dias 3 e 5 de novembro.
Além dos temas clássicos, que serão abordados em sua profundidade, com ênfase na prevenção primária e secundária, atividades especiais e interativas serão o diferencial. Entre elas o Summit de Inovações em Cardiologia Intervencionista, o Simpósio 1ª Ponte de Safena, o Fórum de Ideias, o Brasil Prevent International, o Espaço Tendências, o Hands-on, o Gran Simposio Ibero-latinomericano, o Simpósio JACC/ABC/IJCS e o Cardio-X (Cardiology Experience by SBC & ACC).

Jornal SBC: O que destacar desta programação científica tão rica?

Amanda Sousa: Serão muitas novidades. Com relação ao Summit de Cardiologista Intervencionista, gostaria de esclarecer que ele visa o cardiologista clínico. Como tratar por meio das técnicas da cardiologia intervencionista um paciente? Ele deve ficar familiarizado com os protocolos de preparo e acompanhamento desses pacientes: Quais sinais de alerta na evolução para que uma ou outra atitude seja tomada? Está havendo recorrência da doença? Houve falência do resultado? Quais são os sinais de boa evolução? E, naturalmente, dentro da cardiologia intervencionista, abordaremos todas as modalidades de técnicas para o tratamento das diversas afecções cardiovasculares, com foco especial para a doença arterial coronária, que é a doença mais prevalente entre todas. Mas serão também abordadas as cardiopatias estruturais, sobretudo as valvopatias, e em particular a estenose aórtica degenerativa do idoso. Com a maior longevidade do brasileiro, ela passou a ser rotina nos consultórios dos clínicos. Então, o procedimento em pacientes muito idosos torna-se bastante atraente, uma vez que levá-los à cirurgia representa um alto risco de óbito. Importante frisar também as arritmias, e uma muito frequente é a fibrilação atrial. A ablação elimina a arritmia, dá melhor qualidade de vida e muito melhor prognóstico em relação aos problemas que a fibrilação atrial traz. Já temos três convidados internacionais confirmados: Roxana Mehran e George Dangas, do Mount Sinai Hospital, NY, e Eberhard Grube, da Universidade de Bonn, na Alemanha. E completando, serão apresentados casos editados e casos ao vivo, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de SP e do Instituto do Coração da FMUSP.

Jornal SBC: Os 50 anos da 1ª Ponte de Safena no Brasil serão lembrados?

Amanda Sousa: Vamos promover o Simpósio de Cirurgia Cardíaca, celebrando a 1ª Ponte de Safena no país, sob a coordenação do Dr. Luiz Carlos Bento de Souza, diretor da Divisão de Cirurgia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e que participou dessa primeira cirurgia de ponte de safena, há 50 anos, como assistente do Dr. Adib Jatene. Ele organizou a programação deste simpósio, que será muito interessante e que deverá trazer dois convidados da área: Joseph Sabik (Cleveland) e Myguel Uva (EACTS).

Jornal SBC: E o que esperar dos Simpósios Conjuntos, com as clássicas entidades associativas do mundo?

Amanda Sousa: Como o 72º Congresso será realizado em novembro, teremos a possibilidade de um enfeixamento das atividades científicas divulgadas no ano, com todos os destaques especiais. Participarão o American College Cardiology, a American Heart Association, as Sociedades Europeias, Portuguesa e Espanhola de Cardiologia, além das sociedades latino-americanas. E o Simpósio JACC/ABC/IJCS, que também é inovativo, visará compartilhar as experiências editoriais das grandes áreas de publicação das duas sociedades, os Arquivos Brasileiros de Cardiologia e o American College.

Jornal SBC: Quais os destaques para o jovem cardiologista e o acadêmico?

Amanda Sousa: Neste congresso, também vamos reforçar a contribuição do jovem pesquisador e entusiasmar e valorizar o acadêmico. Dentro de Temas Livres, estamos programando uma ampla participação dos recém-formados. O nosso futuro está na juventude e o que eles fazem precisa ser considerado e valorizado. Nós, cada vez mais, recebemos contribuições originais, que nos mostram a força e o palpitar da ciência brasileira. Este ano, vamos reforçar igualmente os temas livres em ambos os formatos: pôster e oral. O Congresso Acadêmico será realizado pela segunda vez e terá grandes novidades para o estudante médico.

Jornal SBC: O que a senhora considera como grande missão neste Congresso?

Amanda Sousa: Nosso objetivo é que o cardiologista saia verdadeiramente “encantado” com o evento e mais “enamorado” pela Cardiologia. Queremos que as pessoas saiam muito motivadas para irmos à batalha contra a doença cardiovascular, atuando de maneira enfática para que sejam mudados os desfechos negativos que acometem nossos pacientes.