Jornal SBC 209 | dezembro 2019

Tatiana Magalhães de Almeida é mestre em Fonoaudiologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Fonoaudióloga do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Pneumonia aspirativa A pneumonia aspirativa refere-se a uma infecção aguda de pulmão, de- senvolvida após aspiração maciça de volume da orofaringe ou conteúdo gastrintestinal. No entanto, ainda é, es- pecificamente, um desafio diagnosticar pneumonia por aspiração nos casos de microaspirações e aspirações pouco sintomáticas, visto que ainda não está clara a fisiopatologia dessa condição. 1 Este tipo de pneumonia representa de 5 a 15% das pneumonias na popula- ção hospitalizada, sendo considerada o segundo diagnóstico mais comum em pacientes hospitalizados. A ocor- rência de mortalidade varia de 7,5 a 72% na literatura. 2 Dentre os fatores de risco, podemos destacar a disfagia, além da alteração do estado mental e da motilidade eso- fágica, uso de dieta enteral e coloniza- ção de bactérias da orofaringe. 1 O diagnóstico se baseia na história clíni- ca, nos sinais vitais e no raio X de tórax. É de extrema importância considerar a história clínica prévia, principalmen- te nas aspirações silentes, nas quais geralmente os pacientes apresentam debilidade geral, tosses frequentes e histórico de disfagia. 1 O tratamento se baseia no cenário clí- nico, porém é importante destacarmos medidas para prevenção, tais como o Nutrição por Tatiana Magalhães de Almeida diagnóstico e tratamento de disfagia, higiene oral, atenção ao estado men- tal, cuidados com decúbito de pacien- tes que fazem uso de dieta enteral, dentre outras. A pneumonia aspirativa é uma condi- ção clínica frequente com fisiopatolo- gia distinta e merece atenção especial, visando ao diagnóstico diferencial em relação a outras causas. Referências 1. DiBardino DM, Wunderink RG. As- pirationpneumonia:areviewofmodern trends. J Crit Care. 2015;30(1):40-8. 2. Toufen Junior C, Camargo FP, Carvalho CR. Pneumonia aspirati- va associada a alterações da de- glutição. Relato de caso. Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19:118-22. 37

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