Jornal SBC 209 | dezembro 2019

A cirurgia cardíaca foi durante mais de 40 anos conside- rada o ápice dos procedimentos cirúrgicos. Os candidatos à residência concorriam entre os melhores cérebros para dedicar-se à especialidade. Cada operação bem-sucedi- da era uma vitória para o cirurgião. Um dos mais brilhan- tes pioneiros, Denton Cooley, dizia que: “Só pelo fato de o paciente deixar-se operar já era uma grande recompensa para o cirurgião”. A história começou a mudar em 1978, quando um radiologista e cardiologista, Andreas Grüntzig, au- xiliado pelo engenheiro Heinrich Hopf miniaturiza- ram um cateter balão que permitia desobstruir arté- rias coronarianas estenosadas. Tratava-se de uma “tecnologia disruptiva”. Os cirurgiões, como costuma acontecer com profissionais consagrados, não acreditaram na nova tecnologia, que se desenvolveu a ponto de mudar o conceito de “cirurgião cardíaco” para “novo cirurgião cardíaco”, mantendo as ati- vidades clássicas, mas introduzindo, em seu portfólio, as novas tecnologias minimamente invasivas. Cirurgia cardíaca e tecnologia disruptiva Cirurgia Cardíaca por Domingo Braile Domingo Braile é Professor Emérito da Faculdade Estadual de Medicina de Rio Preto e Sênior da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Pró-Reitor de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP); editor do Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery. 38

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