Jornal SBC 154 · Maio · 2015
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Highlights
CARDIOLOGIA CLÍNICA
Foram avaliadas a eficácia e a segurança em longo prazo do ticagrelor em 21.162 pacientes com SCA.
Foram randomizados ticagrelor 90 mg ou 60 mg 2xd comparado com placebo, associado a aspirina
e seguimento médio de 33 meses. O objetivo principal foi composto de morte cardiovascular, IAM ou
AVC. Desfecho primário ocorreu 7,8% no grupo ticagrelor 90 mg vs. placebo (HR 0,85, p = 0,008),
7,8% grupo ticagrelor 60 mg (HR = 0,84, p = 0,004), e 9,0% grupo placebo. Sangramentos maiores
foram 2,60%, 2,30% e 1,06% com ticagrelor 90, 60 e placebo, respectivamente (P < 0,001), porém
sem diferenças nas taxas de hemorragia intracraniana ou hemorragia fatal. Ticagrelor reduziu o risco
de complicações cardiovasculares. Houve aumento de sangramentos maiores, porém sem efeito sobre
as formas mais graves.
Referência:
Long-Term Use of Ticagrelor in Patients with Prior Myocardial Infarction.
Bonaca
MP, Bhatt DL, Cohen M, Steg PG, Storey RF, Jensen EC,et al N Engl J Med. 2015 Mar 14.
Fabio Fernandes
Jose Carlos Nicolau
SBC/DCC
CARDIOLOGIA DA MULHER (1)
Mulheres com Fibrilação Atrial (FA) apresentam maior risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) que
homens. Em população de 17.184 pacientes (43,8% mulheres) com FA não valvar, diagnóstico ≤ 6
semanas e ≥ 1 fator de risco para AVC avaliou-se o uso de Anticoagulante Oral (AC) para prevenção.
Escore CHADS
2
≥ 2 - 65,1% mulheres, 54,7% homens. Independentemente do escore, a prescrição
de ACO foi semelhante em ambos os sexos. Naqueles com baixo risco para AVC, 41% dos homens
e mulheres receberam ACO; naqueles com alto risco, 35% dos homens e 38% das mulheres não
receberam ACO. Conclui-se que na atualidade a prescrição de ACO para prevenção do AVC é
semelhante em homens e mulheres. Tromboprofilaxia é subótima ou excessiva em ambos os sexos.
Referência:
Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2015; 8: S12-S20.
Maria Alayde Mendonça
SBC/DCM
CARDIOLOGIA DA MULHER (2)
Apesar de sub-representadas em ensaios de ressincronização cardíaca-desfibriladores (TRC-D), estudos
têm sugerido que mulheres se beneficiam de TRC-D mesmo com QRS menos alargado. Para analisar
mortalidade em longo prazo de pacientes com TRC-D, comparando-os àqueles com CDI, Zusterzeel
e cols. avaliaram 75.079 pacientes (32% mulheres) com IC crônica, Classe III (93%) da NYHA, fração
de ejeção reduzida (média 24%) e QRS ≥ 120 ms (até 220 ms), segundo sexo, tipo de bloqueio de