Jornal SBC 159 | Outubro 2015 - page 6

Jornal SBC 159 · Outubro · 2015
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A proposta é que o projeto enfoque a
adesão às diretrizes assistenciais em três
áreas, Insuficiência Cardíaca, Fibrilação
Atrial e Síndrome Coronariana Aguda e,
para se chegar ao desenho do projeto,
foi necessário mais de um ano de intenso
trabalho, não só para conseguir a adesão dos
parceiros, o financiamento necessário, mas
também para adaptar o programa GWTG
às peculiaridades brasileiras, que incluem
grande diversidade regional.
A expectativa é de que o projeto melhore a taxa
de adesão dos hospitais às Diretrizes da SBC
em pelo menos 10%, e para Angelo de Paola
o sucesso do projeto ora iniciado permitirá sua
ampliação para outros Estados e áreas do país.
Fundamentos
A necessidade do projeto decorre do
conhecimento de que há subutilização de
recursos efetivos no atendimento, que afeta
entre 30% a 40% dos pacientes e que 20% ou
mais dos cuidados prestados são desnecessários
e até potencialmente prejudiciais.
Para promover uma melhoria da prática
assistencial, o projeto se propõe avaliar as
taxas de adesão às diretrizes das três áreas,
insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e síndrome
coronariana aguda em instituições do SUS antes
e após a implementação de um programa de
Boas Práticas Clínicas em Cardiologia.
O método será o estudo longitudinal,
prospectivo, para avaliar os resultados antes e
depois da implementação do programa, em
hospitais selecionados do SUS, levando em
conta a mudança comportamental de facilitação
e restrição, criação de modelos, reestruturação
de meio ambiente, educação, incentivo e
persuasão, enredamento e controle e também
o treinamento.
Programa de dois dias
Os investigadores presentes à primeira reunião
tiveram a oportunidade de assistir a uma série de
apresentações nos dias 6 e 7 de outubro, todas
focadas no programa que estava sendo iniciado.
Antonio Pinho falou sobre a qualidade assistencial
e a política de saúde para a Cardiologia; Sidney
Smith, da AHA, fez uma explanação sobre os
programas de melhoria de qualidade nos Estados
Unidos; Anne Curtis discorreu sobre o que foi
possível aprender com o programa GWTG:
desafios e perspectivas; a diretora de pesquisa da
SBC, Fernanda Consolim Colombo, falou sobre o
panorama atual das doenças cardiovasculares no
Brasil, apresentando os gráficos do recente Atlas
do Coração divulgado no Brasil Prevent; Otávio
Berwanger, do HCor, apresentou os Programas
Bridge; e coube ao presidente da SBC, Angelo
de Paola, explicar como foi feita a adaptação do
GWTG para o sistema de saúde brasileiro.
Outras palestras contemplaram a apresentação
da ficha clínica eletrônica, a função dos coletores
de dados, a avaliação econômica do projeto, os
resultados esperados para o sistema de saúde do
Brasil, as ferramentas de melhoria de qualidade,
os conceitos gerais do projeto de Boas Práticas
Clínicas em Cardiologia, a experiência do HCor
em programas de melhoria de qualidade e o
programa de cuidados clínicos na síndrome
coronariana aguda: indicadores e resultados,
entre várias outras palestras.
Reunião de Investigadores do Projeto Boas Práticas Clínicas
em Cardiologia
Foto: Loffel Fotografia
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