Jornal SBC 158 | Setembro 2015 - page 31

Jornal SBC 158 · Setembro · 2015
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Nova Geração
A criação de ligas acadêmicas por estudantes
de Medicina tem ocorrido em todo o Brasil.
Aceitas como atividades extracurriculares de
extensão universitária, as ligas trazem tanto
benefícios como riscos à formação médica.
As ligas acadêmicas merecem atenção
nas discussões sobre educação médica. É
fundamental dirigir a atenção ao modelo de
funcionamento das ligas e avaliar objetivamente
seu impacto na educação médica. Acredita-se
que o crescimento do número de ligas deve ser
analisado criticamente.
Algumas ligas se tornam espaços de
“especialização prévia” num currículo dirigido
a uma formação ampla e generalista, oferecem
riscos ao inserirem o estudante em práticas
clínicas sem a devida orientação e supervisão
docente, e algumas têm deturpado seus
objetivos, não oferecendo nenhum serviço em
prol da comunidade. Assim, não há dúvidas
sobre a necessidade de implementar medidas
de racionalização de abertura de novas ligas.
A ideia de normatização tem fortalecido a
reflexão sobre as finalidades de uma liga
acadêmica, uma vez que exigem do grupo
envolvido na fundação da liga a determinação
clara de objetivos e a adequação ao
cumprimento dos princípios prescritos nas
É necessário a normatização na abertura
de ligas acadêmicas?
Guilherme Benfatti Olivato*
Diretrizes Curriculares Nacionais, ao projeto
político pedagógico da escola médica e aos
preceitos do SUS. Além disso, tais normas
tornam mais criteriosa a criação de ligas,
impedindo que uma proliferação desenfreada
de ligas enfraqueça as já existentes e mesmo
aquelas em formação.
Espera-se que as propostas de novas ligas
tenham relevância acadêmica e social,
articulem bem as propostas de ensino,
pesquisa e extensão, tenham modelo de
gestão adequado para autossustentabilidade
e democratização de processos, bem como
respeito a princípios éticos e humanísticos nas
atividades planejadas.
Os critérios do processo de normatização
visam maior imparcialidade e objetividade na
avaliação. Desse modo, a abertura de ligas seria
racionalizada, visando o aperfeiçoamento de
suas atividades.
* Guilherme Benfatti Olivato
é acadêmico do sexto ano
da Faculdade de Medicina de
Itajubá-FMIt
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