Jornal SBC 145| Agosto 2014 - page 3

Jornal SBC 145 · Agosto · 2014
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Palavra do Presidente
Angelo Amato
Vincenzo de Paola
Presidente da
Sociedade Brasileira
de Cardiologia
Após meio ano de gestão
e de modificações sólidas
na estrutura organizacional
da SBC, verificamos com
muita satisfação a existência
de um respaldo importante
dos associados que confiam
na experiência associativa,
acadêmica,
seriedade,
transparência administrativa
e firmeza resolutiva da nossa
Diretoria.
Mesmo contando com uma
forte base departamental que foi a propulsora
científica da nossa e de muitas outras organizações
acadêmicas, encontramos situações em que foi
necessária a intervenção, mediada por discussão
e debate lúcidos, sempre necessários em
estruturas científicas associativas. A necessidade
da extinção de alguns grupos de estudo que
colidiam importantemente com as atividades e a
estrutura
de alguns departamentos propiciou uma
ampla discussão que gerou uma análise crítica
organizacional, proposta de mudança de estatuto
e, principalmente, a necessidade do incremento
de uma contínua interação interdepartamental,
aberta e arejada para o nosso crescimento científico
sustentado.
A solidez da SBC em acompanhar criteriosa
e exigentemente a formação e a avaliação do
cardiologista é o produto de uma atividade
extremamente organizada da CJTEC e dos
seus núcleos científicos departamentais, que
congregam a absoluta maioria das contribuições
científicas cardiovasculares relevantes do país. A
responsabilidade cidadã da nossa sociedade e a
sua credibilidade junto às entidades-mãe, AMB
e CFM, têm defendido a SBC de monopolismos
corporativos retrógrados, entendendo como
necessária e legítima a participação do cardiologista
com as suas habilidades adquiridas nas áreas
específicas de atuação do conhecimento.
Nesse sentido, foi com grande satisfação que
na plenária do Conselho Federal de Medicina,
realizada em 14 de agosto, em Brasília, tivemos o
parecer favorável daAMBedoCFMpara a
inclusão
do cardiologista na responsabilidade técnica
das unidades coronarianas
, do pós-operatório
de cirurgia cardíaca e das unidades de urgências
cardiovasculares, fortalecendo a nossa posição
junto às negociações diante da RDC número 7
da Anvisa (24.2.10), apontada como restritiva por
centenas de cardiologistas, entre eles o saudoso,
competente, corajoso e combativo colega
Marcos
Silva Araujo
da SBC/BA, que muito recentemente
nos deixou e aqui queremos reverenciar.
A SBC considera importante a necessária
reorganizaçãodamedicinaanteos avanços técnicos
absorvidos pelas sociedades modernas de todo o
mundo, e entende que os interesses corporativos
não podem prejudicar o desenvolvimento da
especialidade. Áreas de atuação conjuntas com os
colegas intensivistas e cirurgiões são absolutamente
necessárias e sinérgicas, exigem o despojamento
de interesses em prol do bem geral e têm sido
assim entendidas por importantes departamentos
científicos da SBC.
A discussão desses temas com
técnica,
transparência, profundidade e cidadania
é
absolutamente necessária para a confiança e
respeito entre os nossos pares, possibilitando
o oferecimento de uma medicina avançada,
compatível com a meritocracia científica e preparo
técnico e ético dos nossos cardiologistas que, com
muita competência e dedicação, disponibilizam
os seus conhecimentos para oferecer excelência
assistencial aos seus pacientes.
Grande abraço.
Técnica, meritocracia e transparência
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