Jornal SBC 147 · Outubro · 2014
            
          
        
        
          
            
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            Educação
          
        
        
          “TECAL”, para leigos, foi lançadooficialmente
        
        
          durante oCongressodeBrasília
        
        
          
            
              A SBC abriu cursos para formação de monitores em São Paulo e no Rio, explica o
            
          
        
        
          
            
              coordenador de Emergências, Antonio Carlos Carvalho
            
          
        
        
          O lançamentodo livrodo “TECAL” – que é o
        
        
          
            Manual
          
        
        
          
            de treinamento de emergências cardiovasculares
          
        
        
          
            para leigos
          
        
        
          , da editora Manole, aconteceu durante o
        
        
          congresso de Brasília. Logo em seguida, a Sociedade
        
        
          Brasileira de Cardiologia abriu os cursos para formar
        
        
          os monitores, a quem caberá a multiplicação do
        
        
          conhecimento de ressuscitação cardiovascular entre
        
        
          a população leiga do país inteiro.
        
        
          Para o professor Antonio Carlos Carvalho, da Escola
        
        
          Paulista de Medicina, que é o coordenador de
        
        
          emergências e dos cursos de reanimação da SBC,
        
        
          a entidade já treinou milhares de médicos e outros
        
        
          profissionais da saúde para o atendimento de
        
        
          casos de parada cardiorrespiratória, especialmente
        
        
          infartos, e chegou o momento de começar a treinar
        
        
          a população leiga.
        
        
          “Oproblema,quandoocorreuminfartoqueprovoca
        
        
          a parada cardíaca, é que a janela para o início da
        
        
          massagem cardíaca, da desfibrilação e dos demais
        
        
          procedimentos é muito pequena, no máximo dez
        
        
          minutos”, explica. Acontecequequandoalguémcai,
        
        
          infartando ou sem respirar por ter engasgado com
        
        
          um pedaço de alimento, raramente há um médico
        
        
          capacitado ao atendimento no local, diz o professor
        
        
          Carvalho, “e cabe ao leigo presente manter a vida
        
        
          do paciente, nos quinze minutos que em média
        
        
          costuma demorar para chegar a equipe do Samu ou
        
        
          outro grupo que possa dar o atendimento”.
        
        
          
            Feito no Brasil
          
        
        
          O “TECA L”, sistema desenvolvido no Brasil, levando
        
        
          em conta as peculiaridades do país, tem como
        
        
          objetivo treinar o público leigo para diagnosticar
        
        
          emergências como infartos, arritmias, paradas
        
        
          cardiorrespiratórias, derrames, choque anafilático,
        
        
          crises violentas de asma. O programa ainda ensina
        
        
          tanto as manobras de ressuscitação como o eventual
        
        
          uso de um desfibrilador, que hoje já está disponível
        
        
          em shoppings, estações rodoviárias, arenas de
        
        
          futebol e mesmo em edifícios comerciais.
        
        
          Opresidenteda SBC, AngelodePaola, esclareceque
        
        
          o curso é necessário porque o Brasil registra a cada
        
        
          ano 350 mil mortes por causas cardiovasculares,
        
        
          um total bem maior do que as mortes por câncer e
        
        
          por acidentes. Parte significativa dessas mortes será
        
        
          evitada se a população tiver treinamento adequado
        
        
          para atender emergências, como ocorre nos Estados
        
        
          Unidos, por exemplo, onde teve grande sucesso o
        
        
          treinamento dos leigos.
        
        
          
            Crianças também
          
        
        
          Ainda recentemente os norte-americanos passaram
        
        
          a capacitar até mesmo crianças a fazer as manobras
        
        
          de ressuscitação, levando em conta que é comum
        
        
          que um idoso, avô muitas vezes, esteja em casa
        
        
          em companhia apenas do neto, quando sofre um
        
        
          infarto que pode levar à chamada morte súbita. Para
        
        
          o professor Sérgio Timerman, um dos pioneiros nos
        
        
          Cursos de Suporte Básico de Vida no Brasil, embora
        
        
          haja poucas estatísticas no Brasil, já se comprovou
        
        
          que se alguém sofre uma parada cardíaca no Metrô
        
        
          de São Paulo, onde os funcionários receberam
        
        
          treinamento específico, a possibilidade de
        
        
          sobrevivência ao ataque é de 40%. “Oito vezes
        
        
          maior do que se o mesmo problema ocorrer numa
        
        
          rua, sem a presença de pessoas treinadas”, lembra.