Jornal SBC 150 | Janeiro 2015 - page 18

Jornal SBC 150 · Janeiro · 2015
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Highlights
ARRITMIAS CARDÍACAS
A estratificação do risco de morte súbita em portadores de cardiomiopatia dilatada não isquêmica
se baseia na disfunção ventricular – marcador limitado da instabilidade elétrica. A Ressonância
Magnética (RM) é capaz de avaliar a presença e a quantidade de Fibrose Miocárdica (FM), que pode
ser um melhor fator para estratificar o risco de arritmias ventriculares graves.
Estudo prospectivo recentemente publicado (Heart Rhythm 2014; 11:856-863) envolvendo
137 pacientes com fração de ejeção < 50% submetidos a RM encontrou FM em 76 pacientes
(55%). Após três anos de
follow-up
, encontrou-se significativa correlação entre a presença de FM
(e não sua distribuição ou quantidade) e eventos arrítmicos malignos. Na análise multivariada,
a presença de FM foi o único fator independente preditivo de arritmias ventriculares.
O estudo conclui que a FM detectada à RM é um importante preditor do risco de morte súbita
e pode ajudar na seleção de pacientes que necessitam de implante de desfibrilador e que não
preenchem os atuais critérios.
Referência:
Heart Rhythm 2014; 11:856-863
Eduardo B. Saad
SBC/Sobrac
AVALIAÇÃO PERIOPERATÓRIA
Ao investigar a manutenção ou suspensão de aspirina no perioperatório de cirurgias não
cardíacas, o estudo POISE 2
1
sofreu críticas. Os pacientes mais graves como os portadores de
stents
, de doença arterial coronariana, endarterectomia de carótidas estão sub-representados.
Além disso, havia pacientes que suspenderam a aspirina apenas três dias antes da operação
e seu efeito dura até uma semana. Em resumo, a resposta que o POISE 2 nos deu é que
a aspirina pode ser retirada para os pacientes que NÃO estão no estrato de maior risco
de complicações, e muitos deles nem teriam indicação desse medicamento para prevenção
primária. Considerando-se a base fisiopatológica do benefício da aspirina no perioperatório
2
,
para pacientes com maior risco de trombose vascular a aspirina fica.
Referências:
1. Devereux PJ et al, POISE-2 Investigators. Aspirin in patients undergoing noncardiac
surgery. N Engl J Med. 2014 Apr 17;370(16):1494-503.
2. Coronary plaque rupture in patients with myocardial infarction after noncardiac surgery:
Frequent and dangerous. Gualandro, Danielle Menosi et al. Atherosclerosis 2012 , Volume 222,
Issue 1 , 191 – 195.
Bruno Caramelli, Danielle Menosi Gualandro, Pai Ching Yu e Daniela Calderaro
SBC/DCC/Gapo
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