Jornal SBC 169 | agosto 2016 - page 32

Coração Valente
O ex-presidente da Sociedade Sul-Mineira de Cardiologia
por dois mandatos e conselheiro de Valorização e Defe-
sa Profissional da atual gestão da SBC, Armando Martins
Pinto, era triatleta e jogava tênis nas horas vagas. Até que
um caminhão na contramão atingiu em cheio o carro que
ele dirigia e o fez mudar de direção.
O ano era 2002. O especialista, com 49 anos na épo-
ca, saiu de Varginha (MG) para participar do Congresso
Brasileiro de Cardiologia em São Paulo, com duas co-
legas, uma psicóloga e uma fisioterapeuta. Trafegavam
pela rodovia Fernão Dias, na altura da cidade de Cam-
buí (MG), quando um caminhão no sentido contrário in-
vadiu a pista da esquerda. O médico só teve tempo de
tirar o carro para a direita. A batida foi na porta do mo-
torista. Martins Pinto ficou preso nas ferragens e teve a
perna esquerda esmagada.
Socorrido, foi levado para Varginha e posteriormente
para Belo Horizonte, com duas fraturas no fêmur e uma
no platô tibial. As duas outras ocupantes do veículo não
tiveram ferimentos.
O médico conta que quando chegou a BH, sofreu uma
Síndrome de Compartimento. “Minha perna teve que ser
aberta para drenar o sangue e acabei desenvolvendo um
quadro de septicemia. Sofri distúrbios neurológicos cau-
sados pela infecção. Cheguei a ter 10 mil plaquetas, 500
leucócitos e bilirrubina total de 17. Fiquei cerca de 90 dias
internado, em estado muito grave”, relata. Foram mais de
20 procedimentos cirúrgicos nesse período.
Armando Martins Pinto passou seis meses em recupera-
ção. “Na época, minha principal preocupação eram meus
três filhos, que estavam iniciando a vida universitária.
Como profissional liberal, tive dificuldade para arcar com
as despesas acadêmicas”.
Ele perdeu 100% do movimento do pé esquerdo e a sen-
sibilidade da perna. “A primeira lição que aprendi é que a
vida é mais importante que qualquer coisa. A segunda foi
substituir algumas habilidades por outras. Troquei o triatlo
e o tênis pela musculação e pela bicicleta ergométrica. E
continuo vivendo e trabalhando com a mesma dedicação
e intensidade”, finaliza.
Um acidente, muitas lições
“Aprendi a trocar algumas habilidades por outras. Nos três meses de internação,
minha maior preocupação eram meus filhos...”
Armando Martins Pinto e família
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