Estudo com participação de médico brasileiro sugere que
milhões de pacientes podem não precisar usar estatinas
Márcio Bittencourt participou do trabalho que foi notícia
no New York Times, na Forbes, no Medscape e na revista do ACC
Dia a Dia do
Cardiologista
Cerca de 50 milhões pessoas com mais de 40 anos para as quais seria prescrita a estatina, e isso apenas
nos Estados Unidos, não teriam necessidade do tratamento, segundo pesquisa feita com dados de 6.500
pacientes de Baltimore, Los Angeles, Nova York, Chicago, Twin Cities e Winston-Salem nos Estados Unidos.
A análise foi realizada por pesquisadores de Boston, Baltimore, Miami e do Hospital Universitário da USP,
pelo qual respondeu Márcio Sommer Bittencourt.
O trabalho, baseado em dados do estudo MESA com acompanhamento de participantes por mais de dez
anos, questiona as indicações tradicionais para controle da dislipidemia ao mostrar que pacientes com escore
de cálcio zero e risco cardiovascular de 5% a 20% nos próximos dez anos (utilizando a nova calculadora de
risco americana) não precisariam usar estatinas. O escore de cálcio é um exame realizado por tomografia
computadorizada sem contraste, com baixa dose de radiação, e custo atual bastante razoável.
A pesquisa tem tanta importância que, além de ter seus resultados publicados no
Journal of American
College of Cardiology
, mereceu quase uma página do
New York Times
, sob o título “Heart scan can fine-tune
risk estimate for patientes considering statins”, na Forbes, “This test may tell you if you don´t need a statin” e
na Medscape “CardioBrief: zero calcium score, no statin?”, segundo a qual os resultados do estudo sugerem
que muitos pacientes podem continuar seguros sem o tratamento.
O coordenador da pesquisa, Harlan M. Krumholz, de Yale, disse à imprensa que “talvez tenhamos uma
ferramenta para atuar menos do que estamos fazendo”. Ele lembrou que para aqueles que não tem objeção
à estatina, não há necessidade de fazer o escore de cálcio, mas “há muita gente que reluta em usar a droga.
Para esses, recomendo que façam a estimativa de seu risco”.
Márcio Bittencourt, o Cardiologista brasileiro que participou da pesquisa, é formado
pela Universidade Federal do Paraná, fez residência em Cardiologia no Instituto do
Coração, em São Paulo, é mestre por Harvard, doutor pela USP e tem o
pós-doutorado em pesquisa cardiovascular pelo Brigham and Women’s
Hospital de Harvard - Boston.
Dr. Márcio Bittencourt
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