Jornal SBC 141 | Abril 2014 - page 29

Jornal SBC 141 · Abril · 2014
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EscolaPaulistadeMedicina é considerada amelhor entre
172 faculdades doBrasil
O Ranking Universitário Folha, que analisou 172
faculdades de Medicina do país, colocou em
primeiro lugar a Escola Paulista de Medicina da
Universidade Federal de São Paulo. O resultado
não surpreende o diretor do curso, o cardiologista
Antonio Carlos Lopes, que o considera fruto de
um longo trabalho de valorização da graduação
e de um estilo de administração que valoriza
o ensino à beira do leito. “Com os professores
ensinando pelo testemunho da presença, pela
ética, pela habilidade e pelas atitudes”, explica.
“Nós estamos estimulando o aluno a aprender”,
diz o professor, “e para isso fizemos um trabalho
corpo a corpo em todos os Departamentos,
buscando vender a ideia de que precisamos
formar o médico de que o Brasil precisa: “Um
médico que vai trabalhar sem grande acesso à
tecnologia, num país de grandes carências, que
deve raciocinar em vez de procurar respostas na
Internet e mostrando que, mais do que tudo,
precisa gostar de gente”. Lopes exemplifica
com a frase que gosta de repetir: “O paciente
que morre deve morrer de mão dada com seu
médico”.
Para “ensinar o aluno a aprender”, Antonio
Carlos Lopes promove reuniões com todos os
professores uma vez por semana, para discutir
o ensino, a evolução do currículo e para
estimular a constante presença do professor
em classe. “Se um pós-graduando vai dar
uma aula”, diz ele, o professor tem que saber
como será essa aula, avaliar se o conteúdo
programático diz respeito ao que o futuro
médico precisa saber. “Nem tudo é importante,
não basta ir jogando mais e mais conhecimento”.
Apoio governamental
O diretor da EPM ressalta que a constante
melhoriadependeu tambémdoapoiodogoverno
do estado e federal, cujas verbas permitiram
melhor infraestrutura e enfermarias. A partir
dessas condições materiais, vem se valorizando
cada vez mais a integração das ciências básicas
com as ciências clínicas, tendo em vista sempre
a base humanística da Medicina e a valorização
da relação médico-paciente.
O professor tem que dar o exemplo, insiste
Antonio Carlos Lopes, em vez das aulas
meramente expositivas. Há colocações que
devem ser introjetadas no futuro médico, como
a que “em Medicina não se perdoa uma morte
evitável”. E a prova de que a visão humanística
permeia totalmente a faculdade é que os
professores e o próprio diretor se empenham
em resolver problemas pessoais dos alunos, aos
quais as portas estão sempre abertas.
Nova Geração
Antonio Carlos Lopes, cardiologista e diretor do curso da Escola Paulista
de Medicina da Universidade Federal de São Paulo
Foto: Arquivo Pessoal / Antonio Carlos Lopes
Para Antonio Carlos Lopes resultado decorre da motivação dos docentes, maior
vínculo com a graduação e “porque ensinamos o aluno a aprender”
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