Jornal SBC 141 | Abril 2014 - page 22

Jornal SBC 141 · Abril · 2014
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ARRITMIAS CARDÍACAS
Neste número, queremos destacar um trabalho que abordou um tema ainda controverso, isto é, a
necessidade da realização rotineira de testes de desfibrilação durante implante de Cardioversores-
Desfibriladores Implantáveis (CDI). Não há evidências de que estes procedimentos estejam associados
à melhor evolução clínica. Os resultados de uma meta-análise com 5.020 pacientes mostraram que
tais testes não reduziram a mortalidade total (RR = 0,94, 95% CI 0,74-1,21, p = 0,65) ou a ocorrência
de arritmias (RR = 1,19, 95% CI 0,85-1,68, p = 0,30), em comparação com a não realização desses
testes. Considerando-se os custos e possíveis complicações, parece razoável que o teste do CDI seja
reservado a situações especiais (por exemplo: implantes do lado direito, obesos mórbidos). Ainda há
a necessidade de estudo definitivo para comprovar esses achados.
Referência: S Stavrakis, NPatel, DWReynolds. Defibrillation threshold testing at the time of implantable
cardioverter-defibrillator implantation does not predict clinical outcomes during long-term follow-up:
a meta-analysis. Abstract 491, EUROPACE, Athens, 2013.
Ricardo Alkmim Teixeira
SBC/SOBRAC
CARDIOLOGIA CLÍNICA
Estenose da artéria renal esta presente em pacientes com hipertensão arterial, doença vascular
periférica ou doença arterial coronariana, podendo ocasionar hipertensão arterial resistente,
nefropatia isquêmica e múltiplas complicações. No entanto, três estudos randomizados, nos quais
foram realizados angioplastia da artéria renal, não observaram benefício com relação à pressão
sanguínea. Outros dois estudos randomizados também não demonstraram benefício do uso do
stent
da artéria renal em relação à função renal. Dessa forma, o implante do
stent
para a prevenção de
eventos renais e cardiovasculares maiores ainda é incerto.
O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do implante de
stent
-artéria renal sobre a incidência
de eventos renais e cardiovasculares adversos (morte por causas cardiovasculares ou renais, infarto
agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, hospitalização por insuficiência cardíaca congestiva,
insuficiência renal progressiva, ou a necessidade de transplante renal).
Foram distribuídos aleatoriamente 947 pacientes com estenose da artéria renal de origem
aterosclerótica e/ou com hipertensão arterial sistólica tendo dois ou mais medicamentos anti-
hipertensivos ou doença renal crônica. Estenose da artéria renal foi definida como lesão angiográfica
de 80%, ou 60% com um gradiente de pressão sistólica de pelo menos 20 mmHg. Os pacientes foram
randomizados para tratamento clínico ou
stent
da artéria renal mais tratamento clínico. Tratamento
clínico incluiu a utilização de um bloqueador do receptor de angiotensina, com ou sem diurético do
tipo tiazidico, com a adição de amlodipina para o controle da pressão arterial. Como resultados, não
houve diferenças significativas nos objetivos entre os pacientes que realizaram o implante de
stent
e
aqueles que receberam tratamento clínico (35,1% e 35,8%, respectivamente). O risco relativo com
implante de
stent
foi de 0,94, 95% intervalo de confiança [IC], 0,76-1,17, P = 0,58). Também não
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