Jornal SBC 166 | Maio 2016 - page 26

Dia a Dia do Cardiologista
AHA divulga o primeiro
relatório sobre infarto feminino
“Há uma subvalorização de queixas que estão relacionadas a IAM em mulheres”,
constata Ricardo Pavanello ao comentar o documento
Segundo Laxmi Mehta, do Programa de Saúde
Cardiovascular de Mulheres e cardiologista na
The Ohio
State University Wexner Medical Center
, que chefiou a
elaboração do novo relatório, é necessário investir em mais
pesquisas que possam identificar as causas dos sintomas
diferenciados.
O conselheiro da atual Diretoria da SBC, Ricardo Pavanello,
explica que os fatores de risco cardiovasculares, que
tempos atrás afetavam em maior parte os homens, agora
atingem ambos os sexos na mesma proporção. Ele cita
como exemplo o cigarro e o sedentarismo. Além disso, a
dupla ou tripla jornadas de trabalho e o ritmo estressante,
que muitas vezes impede a mulher de praticar atividade
física, levam à obesidade.
‘“Eventualmente as mulheres podem não ter suas queixas
adequadamente valorizadas e acabam procurando mais de
uma vez atendimento se não recebemo diagnóstico correto.
Sem dúvida há uma subvalorização de queixas que estão
relacionadas ao IAM emmulheres.” E conclui: “é necessária
uma política continuada de prevenção de risco, além de
melhorar os métodos de diagnóstico nos atendimentos em
emergência, principalmente em mulheres”.
Muitas mulheres que procuram atendimento quando
estão tendo um infarto sentem dores atípicas, sintomas
diferentes da clássica dor no peito relatada por homens,
como náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço,
falta de ar e indigestão. Para a American Heart
Association (AHA), essas reações ainda não foram
completamente explicadas, mas existe um consenso de
que devem ser estudadas e tratadas de formas distintas
do homem. A entidade acaba de divulgar seu primeiro
relatório científico sobre as peculiaridades do infarto em
mulheres.
Algumas hipóteses, levantadas no relatório, são as
características biológicas, como variação hormonal,
por exemplo; a negação ou subestimação do problema,
o que dificultaria o diagnóstico e causaria atraso no
tratamento; uma maior resistência a dor e fatores físicos
e psicológicos, entre outros.
Mais pesquisas são necessárias
O link para os interessados no conteúdo completo do relatório é
circ.ahajournals.org/content/early/2016/01/25/CIR.0000000000000351.abstract
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