Jornal SBC 170 | setembro 2016 - page 24

Um exemplo
para os gaúchos
e para o Brasil
Jorge Pinto Ribeiro, uma perda prematura para
a Cardiologia
Reinaldo Hadlich é Prof. do Instituto de Pós
Graduação Médica do Rio de Janeiro. Presidente
do Centro de Estudos do Instituto Estadual de
Cardiologia Aloysio de Castro. Vice-presidente do
Departamento de Clínica Cardiológica da Socerj
Histórias da Cardiologia
por Reinaldo Hadlich
“Jorge Pinto Ribeiro foi um car-
diologista brilhante, um orador
excepcional, um professor de-
dicado, um pesquisador respei-
tável e minha admiração está
ligada ao seu conjunto de rea-
lizações. Foi alguém que cons-
truiu, que sempre procurou um
patamar de excelência para a Cardiologia brasileira. Des-
sa forma, empenhou-se em fazer e exigir o melhor no seu
entorno. Era um líder inovador e produtivo, sempre procu-
rando a verdade científica.
Fez uma grande carreira acadêmica: “Fellow” em Car-
diologia, Brigham and Women`s Hospital, pela Harvard
University (1982-1985); Doutor em Ciências, pela Bos-
ton University (1985); entre os vários cargos que ocu-
pou na USP, UFRGS, Hospital Moinhos de Vento e
na SBC (vice-presidente 1999-2001). Pesquisador do
CNPq, desenvolveu linhas de pesquisa em várias áreas
da Cardiologia. Ao longo da carreira de orientador de
pós-graduação, formou 31 mestres e 26 doutores. (o
currículo completo está no link:
/
setembro/historias-da-cardiologia.html .
Jorge foi incansável no desenvolvimento da pesquisa
na Faculdade de Medicina da UFRGS e no Hospital de
Clínicas. Foi coordenador da Pós-Graduação em Car-
diologia e coordenador do Grupo de Pesquisa e Pós-
-Graduação (GPPG). Sua gestão foi caracterizada pela
enorme expansão destas pesquisas, pelos desafios aos
conceitos estabelecidos, pela sua postura ética e reno-
vação de valores.
Ele sempre dizia que suas maiores paixões eram sua car-
reira acadêmica e sua família. Mas sua atuação ia muito
além disto. Era um desportista: foi nadador quando jovem,
fazia esqui aquático e surfava. Tinha grande inserção so-
cial, frequentando e fazendo parte das atividades sociais de
Porto Alegre. Toda esta atividade só era possível pela sua
imensa energia, sua vontade de fazer coisas, sua curiosi-
dade pelas várias facetas da vida e pela sua inteligência.
Jorge faleceu em 23 de agosto de 2012, aos 57 anos, no
auge de sua carreira, de um tumor raro. Uma morte prema-
tura e sem sentido para todos os seus amigos. Muito cedo
perdemos todos, porque Jorge ainda iria fazer muito”,
Jorge Ilha Guimarães.
Recentemente solicitei ao Jorge Ilha Guimarães, presidente da SBC
(biênio 2010/2011), que prestasse uma homenagem à Cardiologia
do Rio Grande do Sul lembrando alguém que tivesse colaborado
com o desenvolvimento da nossa especialidade. Imediatamente
ele citou o professor Jorge Pinto Ribeiro, um exemplo para os
gaúchos e para o Brasil. A seguir, o relato de Jorge Ilha.
Jorge Pinto Ribeiro
Jorge Ilha Guimarães
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