Jornal SBC 132 | Julho 2013
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ESTILO DE VIDA
Remuneração digna: base da qualidade assistencial
Médicos devem ter reconhecimento profissional assegurado para prestar atendimento de qualidade
Uma
boa
assistência
cardiológica
passa
necessariamente
pela
valorização profissional e
pela remuneração médica
digna. É insano considerar
os valores hoje pagos pelo
SUS por uma consulta
médica em um país que
tem recursos para distribuir
bilhões em mensalões de
políticos e que entre outras
aberrações perdoa a dívida
de 840 milhões de dólares
de países africanos, incluindo as sangrentas ditaduras da
Guiné Equatorial* e do Sudão. Também é inacreditável
pensar que uma consulta médica possa ter valores tão
diferentes, dependendo das ditas categorias – ouro,
prata ou bronze – das operadoras, como se o médico
pudesse dar maior ou menor atenção ao doente em
função de seu contrato junto ao plano de saúde. Isso
sem falar nas heterogêneas tabelas de honorários
em diferentes cidades ou serviços para um mesmo
procedimento, como se o trabalho médico fosse mera
mercadoria que se presta a promoções de ocasião.
Mas qual é a saída para tal estado de coisas? A resposta
é a união. Se é utópico pensar na solução para todas
as especialidades e procedimentos médicos, há
evidências de experiências brasileiras bem-sucedidas
que podem e devem urgentemente inspirar atitudes.
Todos conhecem a história das cooperativas brasileiras
de anestesistas que, com a agregação, conseguiram,
há muito, garantir remuneração digna àqueles
especialistas. Também é exemplar a conquista dos
cirurgiões cardíacos, via SBCCV, que unidos tornaram
a tabela de remuneração do SUS melhor que a da
maioria dos convênios. Mas há um exemplo ainda mais
palpável de que, com trabalho e determinação (e esses
não nos faltam), poderia ser (e será) difundido para
todo o Brasil, a Cooperativa de Trabalho dos Médicos
Cardiologistas de Pernambuco: Coopecárdio. Mais
que uma cooperativa de especialistas, é uma entidade
voltada para a defesa dos pacientes, acolhendo-os
com relação às suas pendências com as operadoras de
saúde e uma defensora do valor do trabalho médico.
Hoje a Coopecárdio, segundo o seu presidente, Carlos
Japhet da Matta Albuquerque, negocia com os valores
da CBHPM banda média, o que, só para se ter ideia, tem
garantido aos cardiologistas pernambucanos a consulta
com ECG por R$ 88,00 (com ECG em 100% das consultas
cardiológicas), o teste ergométrico por R$ 113,90, o
ecocardiodoppler por R$ 223,00, além de melhoria
expressiva dos honorários médicos para outros exames
cardiológicos, hemodinâmica e cirurgia cardíaca, com
valores acima da média dos praticados no restante do
país. A cooperativa presta ainda assessoria jurídica a
médicos e pacientes a valores ínfimos.
Com união, vontade e determinação, esse exemplo
pode ser facilmente replicado a cada região brasileira
e coordenado por uma central de cooperativas de
cardiologia na própria SBC, em plena integração com a
SBCCV e a SBHCI. Essa é uma iniciativa que precisamos
juntos deflagrar, pois se a união faz a força e o diálogo
traz o entendimento, a escolha certa é a marca
da decisão.
* Teodoro Obiang, presidente da Guiné Equatorial,
comprou uma cobertura na Av. Vieira Souto, no Rio
de Janeiro, por 80 milhões de reais, a maior transação
imobiliária da cidade, segundo a revista Veja, edição 2.324.
Fonte do texto: coopecardio.com.br
PREVENÇÃO
No Dia Mundial SemTabaco,
SBC fez um alerta ao fumo passivo
As regionais promoveramações para alertar os jovens, pais e educadores
O Comitê de Controle do Tabagismo da Diretoria de
Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC deflagrou
uma campanha para orientar crianças e adolescentes
sobre os efeitos do cigarro no organismo pela passagem
do Dia Mundial SemTabaco. A ação ainda informou pais
e educadores das consequências para a saúde do fumo
passivo. “Sete brasileiros morrem a cada dia vítimas do
fumo passivo”, lembrou o coordenador do Comitê de
Controle do Tabagismo da SBC, Márcio Gonçalves de
Sousa.
A cartilha elaborada e distribuída pela SBC em locais
públicos, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e escolas
trazia explicações de que as crianças são as maiores
prejudicadas. “Quanto maior o número de fumantes
dentro de casa, ou no convívio social, maior é o risco
de jovens desenvolverem problemas respiratórios,
doenças do sistema imunológico, déficit de atenção,
perda na audição e estímulo ao tabaco”, destacou
Márcio Gonçalves de Sousa.
Sudeste
Em São Paulo, a SBC fez medições de monóxido de
carbono, apresentações da boneca Altina e distribuição
de frutas, camisetas da campanha e cartilhas na estação
Brás da CPTM, em parceria com a Secretaria dos
Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo
e a Ceagesp. Na capital mineira, houve participação
na Ação Global da Rede Globo com distribuição e
demonstrações da Altina no bairro Aarão. Já no Estado
do Rio, as ações foram em Belford Roxo com palestras
e distribuição de cartilhas em seis locais: Policlínica
Parque Amorim, Heliópolis, Neuza Brizola e Santa Maria,
Centro de Especialidades no bairro da Prata e Espaço
Madre Teresa de Calcutá.
Norte e Centro-Oeste
EmCuiabá, as orientações foramna Praça Alencastro. Em
Campo Grande, a Praça Ary Coelho foi o local escolhido
para a distribuição de cartilhas, aferição de monóxido
de carbono e pressão arterial. Em Manaus, as atividades
se concentraram na Escola Estadual Almirante Barroso.
Em Palmas, a população recebeu as informações em
dois locais: Parque Cesamar e Palmas Shopping.
Nordeste
Em Teresina houve distribuição cartilhas, medições de
monóxido de carbono e informações, além de uma
série de palestras no Shopping da Cidade, no CAIS/HPM,
na Penitenciária Feminina e no Centro de Convivência
Antonio Carneiro. Já em Salvador, o local das atividades
foi o Largo de Santana, no Rio Vermelho, e em Recife,
as orientações à população foram no Instituto Materno
Infantil de Pernambuco.
Grande movimentação de pessoas na ação no Shopping
da Cidade, em Teresina
Medição de monóxido de carbono na estação Brás, em
São Paulo
Foto:
Divulgação SBC/SP
Foto:
Divulgação SBC/PI