Jornal SBC 139 | Fevereiro 2014 - page 8

Jornal SBC 139 · Fevereiro · 2014
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Reduzir adistância entre pesquisa e prática clínica,
objetivodeFernandaColombo
O projeto é criar uma ‘Rede Nacional de Pesquisa em Cardiologia’
Assim que terminou o mandato de diretora
científica da Sociedade de Cardiologia do Estado
de São Paulo - Socesp, a professora Fernanda
Consolim Colombo, do Instituto do Coração,
assumiu a Diretoria de Pesquisa da SBC com a
prioridade de reduzir a distância entre a pesquisa
e a prática clínica.
Tendo sido por seis anos coordenadora de Temas
Livres da Socesp e ex-diretora científica do DHA,
Fernanda costuma dizer que todo cardiologista é
umpesquisador nato, mas nem todos sabemdisso.
“Quando um especialista pesquisa a etiologia e
trata de forma científica uma cardiopatia, está
fazendo pesquisa”, ensina ela, e basta fazer
esse trabalho de forma sistematizada, focando
a documentação e análise do maior números
de casos a que tem acesso, para que possa ser
chamado de pesquisador.
Consultórios
Fernanda enxerga cada consultório como
uma fonte de pesquisa e por isso entende que
divulgando essa visão, será possível ampliar o
número de pesquisadores que trabalhem como
tal. Principalmente facilitar a comunicação entre
os centros de pesquisa já estruturados, que
estão concentrados no Sul e no Sudeste do País.
Facilitando a comunicação e dando maior apoio
para os centros que começam a se estruturar,
ela acredita que conseguirá formar uma ‘Rede
Nacional de Pesquisa em Cardiologia’.
A Rede tem também outro objetivo, pois através
dela a nova Diretora de Pesquisa da SBC pretende
difundir mais a pesquisa no País, valorizando o
trabalho brasileiro. Ela reconhece que hoje muitos
pesquisadores se sentem mais confortáveis e
valorizados quando apresentam seu trabalho no
Diretoria
exterior, ‘enchem a boca’, diz ela, ao anunciar
que sua pesquisa foi publicada nesta ou naquela
revista internacional, e isso precisa mudar.
Pesquisa básica
A visão inovadora de Fernanda vai além,
entretanto, ela sonha em desmistificar a crença
de que a pesquisa básica não tem utilidade no
dia a dia do atendimento. “Vamos resgatar a
pesquisa em Cardiologia no Brasil, divulgá-la no
próprio País, incentivar a apresentação de temas
livres”, conclui. Como corolário desse trabalho os
congressos também vão se enriquecer, à medida
em que mais cardiologistas se tornem palestrantes
nesses eventos.
As ideias renovadoras não param aí, entretanto,
outro objetivo da Diretora de Pesquisa é que o
cardiologista “deixe de se basear na
receita pronta do bolo”, ilustra,
voltando a usar o raciocínio clínico
e todas as ferramentas de que
dispõe para tratar cada paciente
de forma individualizada.
Para ela, a massificação do
tratamento é vinculada à
área governamental, a quem
cabe reduzir o consumo de
sal, combater a obesidade
da população como um
todo, mas o cardiologista
tem outra missão, o
atendimento individual,
a atenção específica
de
cada
paciente,
numa individualização
necessária
e
que
valoriza a Cardiologia.
Foto: Arquivo Pessoal / Fernanda Consoli
m Colombo
Fernanda Consolim Colombo assume Diretoria de Pesquisa da SBC
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