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Jornal SBC 139 · Fevereiro · 2014
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na América do Sul (Brasil e Argentina), América do Norte (EUA e Canada) e Leste Europeu (Rússia
e Geórgia). Os pacientes foram randomizados para receber espironolactona (dose média de 30mg/
dia) ou placebo e foram seguidos por um período médio de 3.5 anos. No final do estudo observou-
se efeito positivo em um importante objetivo secundário pré-especificado: redução significativa de
17% no risco de hospitalização por insuficiência cardíaca (IC) no grupo que recebeu espironolactona
quando comparado ao placebo (12% versus 14% p=0.04). Entretanto, não se observaram diferenças
significativas entre os dois grupos em relação aos objetivos primários (mortalidade, hospitalização por
qualquer causa ou parada cardíaca abortada). Em relação aos efeitos adversos, observou-se maior
incidência de elevação de potássio e creatinina com a espironolactona, porém sem influencia da
mortalidade. Tecnicamente este estudo foi negativo, visto que a espironolactona não foi superior ao
placebo no objetivo primário composto por mortalidade cardiovascular, hospitalização por IC ou parada
cardíaca abortada. Na opinião de alguns especialistas, contudo, este resultado negativo é controverso
pelas seguintes razões ou limitações: 1-Nos pacientes randomizados na Rússia e Geórgia observou-se
uma baixa taxa de eventos (8.4%) e os resultados foram redundantemente negativos para o objetivo
primário (eventos combinados). 2-Ao contrário, nos pacientes randomizados nas Américas do Sul e do
Norte a taxa de eventos foi de 31.8% os resultados foram significantemente positivos para o objetivo
primário. 3-Outra limitação importante foi que no final do estudo, menos de 70% dos pacientes
estavam ativamente recebendo a medicação. A despeito do efeito neutro em redução de mortalidade,
a redução de hospitalização por IC em pacientes com ICFEP é muito interessante e altamente desejável
pela alta prevalência da patologia e pela elevada frequência de rehospitalizações. Assim, é provável
que a espironolactona deva ser prescrita para os pacientes com ICFEP que já foram hospitalizados, com
cuidadosa monitoração do potássio e da creatinina.
SBC/DCC
Nesta edição do jornal da SBC, o departamento de cardiologia clínica quer trazer ao cardiologista
brasileiro os principais trabalhos apresentados durante o ano de 2013 nos principais congressos
internacionais.
ACC 2013
GoB-Cabe:
Este estudo randomizou 2.539 pacientes com idade 75 anos submetidos de forma eletiva
para revascularização do miocárdio com extra e sem extra-corpórea. A média de idade foi de 78,5 anos.
O objetivo primário composto era a comparação da prevalência de morte, acidente vascular cerebral,
infarto do miocárdio, nova revascularização, ou necessidade de hemodiálise. Eles não observaram
diferenças significativas em 30 dias [OR 0,95, IC 95% 0,71-1,28, p = 0,74] ou em 1 ano [OR 0,93, IC
95% 0,76 -1,16, p = 0,48] entre as duas estratégias.
RElAX:
Este ensaio clínico randomizado comparou o efeito do sildenafil (inibidor da fosfodiesterase-5)
ao placebo. Com o objetivo de melhorar o estado clínico e a capacidade funcional em pacientes com
insuficiência cardíaca e fração de ejeção preservada. O sildenafil foi administrado por via oral na dose de
20mg três vezes ao dia durante 12 semanas, seguidas por 60mg três vezes ao dia durante 12 semanas.
Após 24 semanas, não houve benefício em relação ao consumo máximo de oxigênio e o teste de
caminhada de 6 minutos em relação ao placebo.
DES lATE Trial:
Determinar o período da manutenção do uso do clopidogrel em pacientes submetidos
a procedimento percutâneo e uso de stent farmacológico. Os pacientes foram randomizados para
1...,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14 16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,...28
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