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Jornal SBC 144 · Julho · 2014
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Diretoria
Faltauma bancadamédicaparadefender a categoria e
influenciarna saúde pública
Levantamento feito para o Jornal SBC revela que existem 36 parlamentares
médicos e outros seis da saúde
O Congresso Nacional tem bancadas
suprapartidárias de ruralistas, evangélicos,
policiais e professores, mas, apesar de dezenas de
deputados federais e de senadores seremmédicos
por formação, esses profissionais não trabalham
de forma coesa em defesa de sua categoria.
A constatação é do deputado sul-mato-grossense
Luiz Henrique Mandetta, formado em Medicina
no Rio de Janeiro, com especialização em Atlanta
e ex-presidente da Unimed Regional. Ele chegou
recentemente ao Congresso e se impressionou
com o fato de não haver uma bancada para
defender a definição de uma carreira médica
no funcionalismo federal, nem de uma frente
única contra medidas do governo, como o “Mais
Médicos”.
“Não conseguimos sequer forçar o governo a
exigir prova de capacitação para esses milhares
de profissionais estrangeiros. Nem mostrar que
o problema não é de falta de profissionais, mas
de recursos e de infraestrutura adequada para
que os médicos brasileiros possam cumprir sua
missão mesmo em cidades pequenas”, diz o
deputado federal do DEM.
A mesma opinião é corroborada pelo deputado
federal em segundo mandato, Eleuses Paiva,
do PSD de São Paulo, e que foi presidente da
AMB. “Tenho observado que os médicos estão
se conscientizando de que é necessário ampliar
sua representatividade no Congresso Nacional, e
mais, ampliar o número dos que defendem uma
política séria para a saúde”, acredita.
Grande bancada
Levantamento feito, a pedido do
Jornal SBC
,
para assessoria de Eleuses Paiva, constatou a
presença de 36 deputados médicos e outros seis
profissionais de saúde que poderiam formar uma
bancada expressiva. “Suficientemente grande para
apresentar ou modificar projetos que interfiram
no exercício profissional”, constata Mandetta.
Para Eleuses, é oportuno e necessário formar uma
frente suprapartidária de médicos comprometidos
com os problemas da categoria e da saúde. “Saúde
não pode ter viés partidário. Saúde tem de ser
política de Estado e não de governos”, completou
o parlamentar de São Paulo.
Mudança de paradigma
Segundo o deputado Mandetta, por mais que
os médicos sejam avessos à política, está na
hora de se engajarem para defender a categoria
Luiz Henrique Mandetta em discurso na Câmara dos Deputados, em
Brasília.
Foto: Floriano Rios
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