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Plano realiza oficinas para uniformizar metodologia
sobre hipertensão e diabetes mellitus

 

O Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial (HA) e ao Diabetes Mellitus (DM), em desenvolvimento pelo Ministério da Saúde, pelas secretarias estaduais e municipais de saúde, em parceria com as Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC), de Hipertensão (SBH), de Nefrologia (SBN), de Diabetes (SBD), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e as Federações de Portadores de Hipertensão e Diabetes, possui em uma de suas etapas um componente de recursos humanos referente ao Projeto de Educação Permanente em HA e DM. Este já vem sendo executado em todo o país desde o segundo semestre de 2000, tendo capacitado 15 mil profissionais de saúde em HA, DM e demais fatores de risco para doenças cardiovasculares.

   No decorrer do processo de implementação do plano, observou-se a necessidade de intensificar as ações de capacitação de recursos humanos em alguns centros urbanos do país para que a execução do plano fosse bem-sucedida.

Uma análise dos resultados obtidos no desempenho dos municípios na execução da Campanha de Detecção de Suspeitos de DM, ocorrida nos meses de março e abril de 2001, possibilitou a verificação de que os municípios com população acima de 100 mil habitantes foram os que mais 

Carlos Alberto Machado, presidente do Departamento de Hipertensão Arterial; José da Silva Guedes, secretário estadual de Saúde de São Paulo; e Celso Amodeo, presidente da SBC/Funcor (três primeiros, da esq. para a dir.) junto a demais autoridades no dia em que ocorreu a Oficina de Afinamento Metodológico

dificuldades encontraram no cumprimento das metas estabelecidas.

A cobertura da campanha nos municípios com população até 100 mil habitantes foi marcadamente maior quando comparada à observada nos municípios com mais de 100 mil habitantes. Nos municípios com até 50 mil habitantes, a cobertura foi de 88,2%, e, nos municípios com 50 a 100 mil habitantes, foi de 77,4%. Nos municípios com população entre 100 e 500 mil habitantes, a cobertura observada foi bem menor (64,6%), e, nos municípios com população acima de 500 mil habitantes, foi de 58,9%.

   Uma análise estatística comparativa, identificando fatores associados à menor cobertura da campanha em todos os municípios brasileiros, revelou que o fato de o município ter mais de 100 mil habitantes estava fortemente associado a uma cobertura da campanha menor que 80%.

   Em relação às demais etapas do plano (programa de educação permanente, confirmação diagnóstica dos problemas identificados nas campanhas, início do tratamento e do cadastramento e vinculação às unidades básicas de saúde), a dificuldade é a mesma nos municípios maiores e nas regiões metropolitanas.

   A análise dos dados apresentados e a concentração de cerca de 50% da população brasileira nos municípios com população acima de 100 mil habitantes impulsionaram o Ministério da Saúde a intensificar o processo de capacitação, desenvolvendo uma estratégia de educação permanente dirigida a profissionais que atuam na rede básica dos serviços de saúde dos municípios com mais de 100 mil habitantes. Nessa situação, existem 226 municípios com 7.500 unidades básicas de saúde, devendo ser capacitados dois profissionais (médicos e enfermeiros) em cada; ou seja, serão capacitados como multiplicadores 15 mil profissionais.

Objetivo geral

   Implementar um processo de educação permanente em hipertensão arterial e diabetes mellitus para profissionais da rede básica de saúde do SUS, nos municípios com população igual ou acima de 100 mil habitantes, visando capacitá-los na prevenção, no diagnóstico, no tratamento e no controle desses agravos.

Objetivos específicos

• Disponibilizar a todos os profissionais da rede básica de saúde dos municípios com população acima de 100 mil habitantes instrumentos que possibilitem o acesso à educação permanente em HA e DM, favorecendo a adoção de uma prática profissional mais eficaz e resolutiva no âmbito da promoção da saúde, prevenção de complicações, diagnóstico, tratamento e controle da HA e do DM;

• mobilizar os profissionais da rede básica de saúde para o desenvolvimento de ações que visem a reorganização dos serviços públicos relativos à HA e ao DM prestados nesse nível de assistência;

• estimular o estabelecimento de uma cultura institucional entre os profissionais da rede básica de saúde, orientada na busca por ampliação dos campos de conhecimento e por aprimoramento profissional de forma autônoma, de maneira que o acesso à informação e à educação à distância reflita em sua prática profissional.

Oficina de Afinamento Metodológico

   As sociedades científicas, SBC, SBH, SBN e SBD, assinaram em 5 de março um acordo de cooperação com a Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde assumindo a responsabilidade de execução dessa fase do Programa de Educação Permanente do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus. Nesse processo, as sociedades indicaram, entre seus membros, os instrutores que executarão a capacitação.

   Com objetivo de uniformização da linguagem desses instrutores, estão em realização oficinas de afinamento metodológico na maioria dos estados brasileiros.

   A primeira oficina para 72 instrutores aconteceu em São Paulo, em 22 de abril, no Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos "Dr. Antônio Guilherme de Souza", da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, e contou com a presença do Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, José da Silva Guedes; do presidente da SBC/Funcor, Celso Amodeo; do presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Osvaldo Kohlmann Jr.; do presidente do Departamento de Hipertensão Arterial e coordenador do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Carlos Alberto Machado; do diretor de Recursos Humanos do Ministério da Saúde, Paulo Seixas; e do coordenador de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Volnei Gonçalves Pedroso.

 

Carlos Alberto Machado
Presidente do Departamento de Hipertensão Arterial

 

  Campanha - Dia Temático recebe ratificação por lei federal

 

   O dia 26 de abril se refere à fundação da primeira associação de pacientes portadores de hipertensão arterial do Brasil, a Associação Paulista de Assistência ao Hipertenso (APAH), fundada em 1994.

   Por mobilização de sua diretoria, conseguiu-se transformar essa data, em São Paulo, no Dia Municipal de Prevenção à Hipertensão Arterial (Lei Municipal do Vereador Toninho Paiva). Essa mesma diretoria começou a organizar, nesse dia, a partir do ano de 1995, uma campanha de detecção de suspeitos de hipertensão arterial e de orientação à população sobre a doença. A partir de 1998, a SBC/Departamento de Hipertensão Arterial (DHA)/Funcor assumiu a organização do

José da Silva Guedes, secretário estadual de Saúde de São Paulo, durante abertura oficial do dia nacional de prevenção e combate à HA

evento em parceria com as Sociedades Brasileiras de Hipertensão e de Nefrologia, o Conselho Nacional de  Secretários Municipais de Saúde (Conasems), o Ministério da Saúde, a APAH e outras associações de portadores dos demais estados e órgãos da sociedade civil.

   Em 1998, na gestão de Hilton Chaves Jr. na presidência do DHA/SBC, solicitamos ao senador Fernando Bezerra que apresentasse, no Senado Federal, um Projeto de Lei criando o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

   Em 30 de abril de 2002, esse projeto foi transformado na Lei N.º 10.439, que foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da Saúde, Barjas Negri, criando-se oficialmente o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

   Neste ano, a abertura do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial aconteceu na sede da APAH.

(CAM)


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