ABC | Volume 108, Nº3, Março 2017 - page 41

Artigo Original
Figueiredo et al.
Depressão maior e síndrome coronariana aguda
Arq Bras Cardiol. 2017; 108(3):217-227
Limitações
Se por um lado a análise estatística descritiva controlada por
sexo foi significativa, por outro, a análise de subgrupos não foi,
por produzir resultados que devemser considerados comcautela.
O fato de o estudo ter sido realizado em hospitais públicos
impossibilita a generalização dos achados, ainda que 70% da
população brasileira seja tratada no sistema público de saúde.
Embora não haja estudos brasileiros sobre o assunto usando
uma entrevista considerada padrão-ouro para o diagnóstico
de depressão maior, os autores reconhecem que o tamanho
da amostra foi pequeno.
Conclusão
Observou-se que 23% dos pacientes da amostra com SCA
atenderam aos critérios diagnósticos para TDM. As mulheres
apresentarammaior suscetibilidade para TDM nessa amostra,
com probabilidade 3,5 vezes maior do que os homens.
Apoio social, sedentarismo e classe Killip ≥ 2 foram
variáveis diretamente relacionadas ao sexo masculino,
tendo o subgrupo cerca de 2,5 vezes mais probabilidade de
desenvolver TDM do que o subgrupo feminino.
História de TDM, independentemente de sexo, apresentou
forte associação com TDM atual, sendo as chances para as
mulheres um pouco maior do que 4 vezes, e para os homens,
cerca de 6 vezes.
O modelo log-linear de análise multivariada sugere que
história de TDM, sexo, sedentarismo e idade ≤ 60 anos sejam
as variáveis com maior poder de associação com TDM nesta
amostra de pacientes com SCA.
Contribuição dos autores
Concepção e desenho da pesquisa: Figueiredo JHC, Souza
e Silva NA; Obtenção de dados: Figueiredo JHC; Análise
e interpretação dos dados e Revisão crítica do manuscrito
quanto ao conteúdo intelectual importante: Figueiredo
JHC, Souza e Silva NA, Pereira BB, Oliveira GMM; Análise
estatística: Pereira BB; Redação do manuscrito: Figueiredo
JHC, Oliveira GMM.
Potencial conflito de interesses
Declaro não haver conflito de interesses pertinentes.
Fontes de financiamento
Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas.
Vinculação acadêmica
Este artigo é parte de dissertaçãodeMestradode JoséHenrique
Cunha Figueiredo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
1. Kang HJ, Stewart R, Bae KY, Kim SW, Shin IS, Hong YJ, et al. Effects of
depression screening on psychiatric outcomes in patients with acute
coronary syndrome: findings from the K-DEPACS and EsDEPACS studiesInt
J Cardiol. 2015;190:114-21.
2. Meijer A, Conradi HJ, Bos EH, Thombs BD, van Melle JP, de Jonge P.
Prognostic association of depression following myocardial infarction with
mortality and cardiovascular events: ameta-analysis of 25 years of research.
Gen Hosp Psychiatry. 2011;33(3):203-16.
3. Frasure-Smith N, Lespérance F. Depression and cardiac risk: present status
and future directions. Heart. 2010;96(3):173-6.
4. Smolderen KG, Buchanan DM, Amin AA, Gosch K, Nugent K, Riggs L, et
al. Real-world lessons from the implementation of a depression screening
protocol in acute myocardial infarction patients: implications for the
AmericanHeart Association depression screening advisory. Circ Cardiovasc
Qual Outcomes. 2011;4(3):283-92.
5. Lichtman JH, Froelicher ES, Blumenthal JA, Carney RM, Doering LV,
Frasure-Smith N, et al; American Heart Association Statistics Committee
of the Council on Epidemiology and Prevention and the Council on
Cardiovascular and Stroke Nursing. Depression as a risk factor for poor
prognosis among patients with acute coronary syndrome: Systematic Review
and recommendations. A scientific statement from the American Heart
Association. Circulation. 2014;129(12):1350-69.
6. Go AS, Mozaffarian D, Roger VL, Benjamin EJ, Berry JD, Blaha MJ,
et al; American Heart Association Statistics Committee and Stroke
Statistics Subcommittee. Heart disease and stroke statistics — 2014
update: a report from the American Heart Association. Circulation.
2014;129(3):e28-e292.
7. Dessotte CA, Silva FS, Bolela F, Rossi LA, Dantas RA. Presence of depressive
symptoms in patients with a first episode of acute coronary syndrome. Rev
Lat Am Enfermagem. 2013;21(1):325-31.
8. Perez GH, Nicolau JC, Romano BW, Laranjeira R. [Depression and Acute
Coronary Syndromes: gender-related differences]. Arq Bras Cardiol.
2005;85(5):319-26.
9. Osler M, Prescott E, Wium-Andersen IK, Ibfelt EH, Jørgensen MB, Andersen
PK,etal. (2015)The impactofcomorbiddepressiononeducational inequality
in survival after acute coronary syndrome in a cohort of 83 062 patients and a
matched reference population. PLoSOne. 2015;10(10):e0141598.
10. Tavares M. Entrevista clínica estruturada para o DSM-IV – Transtornos do
eixo I – edição para pacientes – SCID-I/P (versão 2.0). Brasília (DF): Instituto
de Psicologia – Universidade de Brasília; 1996.
11. First MB, Spitzer RL, GibbonM,Williams JB. Structured clinical interview for
DSM-IV, Axis I (Version 2.0). New York: Biometrics Research Department,
New York Psychiatric Institute. Department of Psychiatry; 1997.
12. Davidson KW, Rieckmann N, Rapp MA. Definitions and distinctions
among depressive syndromes and symptoms: implications for a better
understanding of the depression-cardiovascular disease association.
PsychosomMed. 2005;67 Suppl 1:S6-9.
13. Associação Americana de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. DSM-IV. 4ª ed. Porto Alegre: ArtMed; 1995.
14. Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Dans T, Avezum A, Lanas F, et al;
INTERHEART Study Investigators. Effect of potentiallymodifiable risk factors
associated with myocardial infarction in 52 countries (The INTERHEART
Study): case-control study. Lancet. 2004;364(9438):937-52.
Referências
223
1...,31,32,33,34,35,36,37,38,39,40 42,43,44,45,46,47,48,49,50,51,...108
Powered by FlippingBook