WEBMAIL

AGENDA 

CHAT

SOCIEDADES

DEPARTAMENTOS FÓRUM
 
 

-->
 

 
 
 :. Leia Ainda...
Entrevista
Presidente-futuro promete valorizar regionais

Normas e diretrizes
A socialização do Saber

Diretoria
Diretoria de Qualidade busca ética profissional

Nova Diretoria 
SBC apresenta Diretoria Futura

Comunicação
Presidente da SBC participa do programa Mais Você

Você precisa saber
Parecer do Conselho Federal de Medicina sobre a Meta Referencial (Fator Redutor ou Mediador)

Diretoria
Mídia divulga informações erradas sobre ataques cardíacas


   :. ENTREVISTA  

 

Enviar para um amigo

Presidente-futuro promete valorizar regionais

Com mais de 80% dos votos dos associados, Antônio Felipe Simão, membro da comissão científica da Regional de Santa Catarina, foi eleito presidente-futuro da Sociedade Brasileira de Cardiologia para o biênio 2004-2005. É a primeira vez que um catarinense se candidata e vence o pleito. Nesta entrevista ao Jornal da SBC, Simão apresenta suas principais propostas, analisa as dificuldades e elogia a atual administração.

***

Quais são suas principais prioridades para a SBC?

As nossas propostas são bem conhecidas há algum tempo. Nossa administração tem quatro pontos principais a serem desenvolvidos: a intransigente defesa profissional e a reformulação da educação médica continuada, já iniciada pela atual diretoria, a elaboração de um amplo projeto de levantamento epidemiológico nacional – com o propósito de saber quem somos, para que identifiquemos nossa própria "epidemiologia" e desenvolvamos as ações que daí resultarem necessárias – e, por fim, a melhora e aperfeiçoamento do relacionamento científico e de intercâmbio internacional, campo em que contamos com o auxílio de vários colegas brasileiros que são muito importantes – a recente eleição de Sérgio Timermann para a Sociedade Interamericana de Cardiologia é um exemplo.

Vários outros pontos são fundamentais. Queremos manter e, se possível, aumentar o excelente padrão científico da SBC, dar força total para as diretrizes, valorizar as regionais e departamentos e rediscutir a formação de cooperativa da SBC, para melhorar ganhos e diminuir custos dos cardiologistas.

O que é e como vai funcionar a Cooperativa da SBC? Que benefícios vai render ao associado?

É um projeto semelhante ao de várias outras regionais existentes no país, como a de Pernambuco e Minas Gerais. Visa fundamentalmente a baratear custos e serviços, melhorando a relação custo/benefício em favor dos coo-perados. O projeto ainda é embrionário e será devidamente apresentando quando estiver pronto e discutido para ser aprovado em Assembléia. Desta forma teremos transparência e o devido respaldo do cardiologista, que é o maior interessado.

Em sua opinião, quais são as maiores dificuldades enfrentadas pela SBC? Como lidar com elas?

Creio que as grandes dificuldades da SBC no momento referem-se à captação de recursos, à necessidade de profissionalização de vários setores e à necessidade de obtermos mais associados. Temos ainda que lidar com um número muito grande de eventos e com a necessidade de apoio político para a realização de várias de nossas metas.

Sem dúvida, temos feito muitos progressos para lidar com tais dificuldades.

Penso que se nos profissionalizarmos o máximo possível, contarmos com os já excelentes trabalhos prestados pelos funcionários da SBC, estabelecermos o maior número de parcerias, criarmos

força e representatividade política, estaremos evoluindo no caminho certo para vencer nossos problemas.

É evidente que, ao criamos ou racionalizarmos os serviços já existentes para os cardiologistas, teremos uma SBC cada vez mais importante, mais forte, com mais sócios e com uma melhor prestação de serviços ao associado.

A participação de todos os colegas que quiserem trabalhar é fundamental.

Como na atual, em nossa gestão não haverá qualquer restrição a quem quer que seja. Pelo contrário, quanto mais pessoas experientes e trabalhadoras quiserem ajudar, melhor.

 "Se possível, vamos aumentar o excelente padrão científico da SBC."

O Sr. mencionou a necessidade de apoio político como um dos maiores problemas da SBC. Muitas sociedades de especialidade ainda dependem da influência de algumas pessoas para fazer valer suas reivindicações junto ao governo. O que deve ser feito para fortalecer os canais institucionais de comunicação entre a SBC e o poder público?

O que o Dr. Juarez já vem fazendo e temos intenção em dar seqüência. Por meio de nossas ligações e parcerias, usando a infraestrutura da SBC em todo o país, regionais e escritório em Brasília, procuraremos respaldo legal para que nossas propostas se transformem em leis. Como exemplos, transformar as diretrizes da SBC em documentos legais para discussão de nossas propostas, negociações e relacionamento com os diversos órgãos, quer municipais, estaduais ou de alçada federal. Assim como com os convênios e outras instituições que tenham relacionamento conosco.Lembramos também que a criação da Diretoria de Qualidade Profissional, por parte da atual diretoria, já começa a mostrar resultados muito promissores nesse sentido.

Qual será a postura da nova diretoria da SBC em seu relacionamento com o SUS, com os planos de saúde e com o novo governo?

É uma pergunta interessante. Por formação própria e pelas idéias defendidas por todo o nosso grupo, temos espírito de colaboração e parceria, visamos ao bem da sociedade. Nisso devem estar embasados nossos relacionamentos. Porém, sempre que tal relacionamento for prejudicial à SBC e ao cardiologista, vamos atuar de forma firme e forte, defendendo nossos princípios e direitos. Vamos, em cada relação, exigir as contrapartidas a que temos direito. Nossa visão é a de que, no momento em que vivemos, a parceria e o bom relacionamento são atributos fundamentais, desde que defendidas as necessidades de todos os grupos envolvidos.

Em sua gestão, quais serão as medidas para incentivar projetos de pesquisa?

Sem dúvida essa é uma questão que passa necessariamente pela chamada "Academia". A SBC tem fantásticos representantes dentro da mesma. Vamos consultá-los, vamos dar seqüência aos nossos propósitos já enunciados e manter relacionamento com os ótimos centros de pesquisas já existentes em nosso país, assim como com o Funcor, a Diretoria Científica, os membros da Academia e com a colaboração intensa da Diretoria de Diretrizes e do pessoal do TEC (comissão para obtenção do título de especialistas), nunca esquecendo das entidades internacionais, como a Sociedade Interamericana de Cardiologia e a Federação Mundial de Cardiologia. Estamos elaborando um bom plano para isso, que vamos apresentar em breve.

Como o senhor avalia o atual momento da SBC e a gestão Juarez Ortiz?

A SBC vem melhorando muito. Os presidentes passados, inegavelmente, trouxeram importantes e notáveis contribuições. Aí estão a informática, a educação médica, os 9358 sócios, os cerca de 1000 colegas que realizaram a prova para o TEC, a chegada de 633 novos sócios, até agora, em 2002, o ótimo congresso realizado em São Paulo e as medidas de modernização atuais e necessárias da entidade em tempos de dificuldades financeiras.

Por tudo, acho que estamos revigorados e trabalhando no sentido de sermos cada vez mais eficientes e modernos, sem perder as características científicas e de relacionamento intercultural que sempre nos guiaram, com entidades médicas ou não.

O Dr. Juarez Ortiz representa uma injeção de modernismo, de visão global empresarial, sem esquecer a parte médica e científica que tem em alta conta.

Sem dúvida vem fazendo uma administração inovadora, muito eficiente e que estará, em minha opinião, entre as melhores que já tivemos.

Apesar dos avanços da cardiologia, em particular a brasileira, as doenças

"Hoje todos estão num mesmo lado, o lado da Sociedade"

cardiovasculares estão entre as maiores causadoras de morte em todo o mundo. Com que políticas a Sociedade Brasileira de Cardiologia, em sua gestão, pode contribuir para diminuir tais problemas no país?

O nosso projeto de"Levantamento Epidemiológico Nacional" permitirá um conhecimento muito melhor e maior do que acontece no Brasil. Assim, teremos condições de efetuar ações que nos levem efetivamente a diminuir ou minimizar o impacto da doença cardiovascular em nosso meio.

Ainda em formação, temos outro projeto muito interessante que é o de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular. Vários colegas do ramo estão trabalhando nisso. O resultado disso tudo, espero, está em diminuirmos a morbimortalidade da doença cardiovascular em nosso meio.

Em julho, o senhor renunciou à candidatura. Quais foram as razões que o levaram a desistir da candidatura? O que fez, posteriormente, o senhor rever esta decisão?

Esse assunto já deu muito pano para manga. Na realidade todo o ocorrido serviu para o aprimoramento de nossa entidade.

Todo o acontecido visou obter a volta da paz e união na SBC. Orientado por esses sentimentos, fiz a minha parte para que isso fosse realizado.

Hoje todos estão num mesmo lado, o lado da nossa sociedade e do cardiologista, sem qualquer tipo de animosidade e, muito importante, sem partidos dentro da SBC.

Como citado anteriormente, todos que quiserem serão muito bem-vindos pelo nosso grupo. O futuro vai mostrar a veracidade disso.

"Ortiz representa uma injeção de modernismo e visão global"


"Em nossa gestão não haverá qualquer restrição a quem quer que seja (...) quanto mais pessoas quiserem ajudar, melhor."