Após nove meses de trabalho, já podemos afirmar
o sucesso do Programa de Normatizações e Diretrizes (N/D) da SBC.
Hoje, temos prontas 12 N/D; até o final do ano, serão mais de 20.
Está prevista, para o próximo ano, uma série de outros temas
ainda não abordados, como Cardiologia Infantil. Outros, como
Infarto do Miocárdio, serão atualizados.
Nossa listagem inicial de 50 N/D subirá para 60
até o final da gestão. Já fomos convidados pelo presidente
eleito, Antônio Felipe Simão, para continuarmos na direção do
programa, o que nos dá a certeza de sua continuidade.
Em breve, as normatizações estarão prontas e,
com elas, teremos disciplinado a utilização dos equipamentos e
técnicas para diversos exames, além da concessão de certificados
de habilitação. Será iniciada, então, a concessão de selos de
qualidade para os equipamentos que estiverem enquadrados nas normas
definidas.
Com cerca de metade das N/D previstas para o atual mandato
prontas, outro desafio que surge é sua divulgação e implantação
em todo o Brasil. Hoje, as diretrizes são elitizadas, uma vez que
não atingem, com o impacto devido, grande contingente de médicos.
Temos consciência de que, mesmo nos países mais adiantados, o
impacto das diretrizes na prática clínica é baixo. Com certeza, a
situação do Brasil é pior. Para reverter esse quadro, temos de
criar mecanismos mais abrangentes para divulgar as diretrizes e
criar métodos para medir seu real e verdadeiro impacto na clínica
diária, considerando, ainda, as peculiaridades regionais. Para
isto, vamos contar com a ajuda do CABE (Grupo da Medicina Baseada em
Evidência), que já está trabalhando num projeto piloto, que será
implantado em vários Estados, com a nova Diretriz de Insuficiência
Cardíaca.
Outro aspecto a ser levado em conta é que cerca
de 70% dos atendimentos no País são feitos pelo SUS. Tal dado não
pode ser desconsiderado. Precisamos, urgentemente, atuar mais na
prevenção, além de levar esta gama de conhecimentos organizados,
trazidos pelas diretrizes, para toda essa população, muitas vezes,
alijada de tratamentos mais modernos, nem sempre mais onerosos. Um
exemplo feliz disso é a Diretriz de Hipertensão Arterial, que foi
enviada para os 40 mil postos de saúde, com recomendação de seu
uso pelo Ministério da Saúde.
Muitos de nossos prezados colegas tem trabalhado
muito em todo o projeto, que, com certeza, apresenta resultados
brilhantes. Por outro lado, estamos ainda longe do fim. É preciso
que todos continuem a se envolver para que tenhamos uma Cardiologia
cada vez mais forte e uníssona.
Jorge Ilha Guimarães
jilha@cardiol.br |