|
Diretoria de
Qualidade busca ética profissional Durante o 57º Congresso da Sociedade, a Diretoria da SBC realizou uma atividade que reputo como histórica: a primeira reunião da Diretoria de Qualidade Assistencial. Na reunião em que estive presente como Diretor de Qualidade Assistencial 2002-2004, também participaram o futuro diretor, Fábio Sândoli de Brito e representantes de praticamente todas as seccionais da SBC. Nesta reunião foram discutidos desde conceitos como qualidade em cardiologia, assistência em tratamento e excelência em formação cardiológica, até formas e maneiras de atuação e de inserção da SBC. Ficou muito claro que os caminhos futuros de atuação de uma sociedade de especialidade atuante e consoante com estes "novos tempos" passam, necessariamente, por uma Diretoria de Qualidade Assistencial, que exerça de forma constante , firme e profissional o seu papel. Ficou claro também que a atuação e o trabalho desta diretoria é muito menos diretivo que participativo, é muito menos normativo que mediador, é muito menos propositivo que atuante. Em outras palavras, não adianta a Diretoria existir se não for multiplicada e exponenciada em cada local de atuação da SBC. Os conceitos da qualidade assistencial são irreversíveis, envolvem todas as etapas da assistência médica e se constituem como padrão "ISO" de referência para o exercício da profissão médica. A qualidade assistencial é um objetivo que precisa ser alcançado e que não pode, jamais, pela sua própria característica ética, ser implementada por outras pessoas que não os médicos e pacientes. Temos de estar atentos aos fatores que limitam, cerceiam e mercantilizam o atendimento, que nada buscam a não ser a finalidade mercadológica do lucro a qualquer preço, maquiando custos sob o manto de uma suspeita qualidade prestação de serviços. A função da Diretoria de Qualidade Assistencial é a de, fundamentalmente, promover a filosofia da excelência em qualificação através da Educação Continuada e da valorização sistemática do título de Especialista. É estimular o atendimento técnico, porém humano, e atuar de maneira constante sobre todas as formas de cerceamento que limitem e/ou agridam o exercício profissional cardiológico. Esta função se estende de forma clara à ratificação do compromisso e da responsabilidade sobre cada indivíduo ao qual prestamos atendimento, por meio de atos e/ou atividades que aproximem cada vez mais os médicos dos pacientes, como parceiros indivisíveis e cúmplices do objetivo da cura ou quando menos, da minoração do sofrimento.
É importante que entendamos de uma forma definitiva que o que está em jogo não é somente uma disputa por melhores níveis de remuneração ou pelo justo reconhecimento de nosso trabalho. O que está em jogo é a própria essência e finalidade deste trabalho - a condição do atendimento médico prestada aos nossos pacientes. Temos de, profissionalmente, buscar alianças. Para isto, devemos repensar imediatamente nossa relação com os pacientes e, em última análise, reavaliarmos de maneira franca e honesta a qualidade do atendimento. O que cada um assumiu nesta reunião foi a responsabilidade pela disseminação desses conceitos em nossos Estados, em nossas cidades, instituições, clínicas e consultórios e, principalmente, com nossos pares e pacientes. O que cada um de nós assumiu foi uma nova e profunda aliança que, acreditamos, a todos nós reforçará. Para isto, é necessário que, a partir de agora, todas as representações da SBC possuam sua Diretoria de Qualidade Assistencial, todos os congressos regionais possuam espaços em suas agendas científicas para discussão do assunto e que, finalmente, cada cardiologista lute por um exercício profissional mais ético, justo e humano para todos. Emilio Cesar Zilli
|
|