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José Péricles Esteves, presidente-futuro da
Sociedade Brasileira de Cardiologia para o biênio 2004-2005, atualmente
preside a SBC/BA. Em entrevista ao Jornal SBC, Esteves conta como pretende
conduzir sua gestão.
Da atual
diretoria, destaca a atenção especial dedicada à defesa profissional,
aspecto positivo a que promete dar continuidade em seu mandato. |
José
Péricles Esteves, presidente-futuro da SBC para biênio 2004-2005 |
Quais são os planos e metas para a nova diretoria?
A participação da nova diretoria naturalmente será em duas etapas:
Como presidente-futuro, em 2004/05 caberá a mim observar atentamente o
desempenho da diretoria do Dr. Felipe Simão, adquirir a experiência
necessária e dar continuidade à gestão sob a ótica da nossa diretoria.
Em 2005/06, já com a minha diretoria, administrar a SBC de maneira
apropriada para fazer jus à confiança dos sócios.
Daremos ênfase à programação científica, razão primordial da
existência da SBC.
Quais são,
na sua opinião, os pontos mais fortes da atual gestão?
Sem se descuidar da parte científica, o Dr. Ortiz trouxe uma nova
expectativa para todos nós: a preocupação com a chamada "qualidade
profissional" (Diretoria de Qualidade Assistencial - DQA) . Um trabalho
que prosperou com ele e o Dr. Zilli, e que deverá ser mantido nas próximas
gestões.
Nas últimas décadas, houve uma nítida queda na qualidade de vida da
maioria dos cardiologistas do nosso país, reflexo da redução
considerável dos honorários médicos, à mercê das administradoras dos
planos de saúde.
Para que a DQA obtenha êxito, será necessária uma integração de
esforços da SBC e de outras sociedades organizadas com a AMB. Sabemos que
sem essa integração não obteremos o sucesso nessa difícil tarefa.
A
atual diretoria deu muito destaque à defesa profissional. O senhor acha
importante dar continuidade a esses esforços? Quem será o responsável por
essa área?
Como citei antes, essa é uma nova atividade da SBC. Para haver continuidade
administrativa, convidamos o Dr. Washington Araújo, um profissional
experiente e motivado para ficar à frente da DQA.
Quais os
pontos fracos da atual gestão? Como pretende melhorá-los?
Não consigo enxergar pontos fracos. O que vejo é o enorme esforço e
sacrifício de dezenas de colegas interessados em servir à SBC. Claro que
muitos problemas serão resolvidos ao longo de gestões diferentes, pois
demandam muito tempo para seu "diagnóstico e tratamento". Nossa
equipe se sentirá bem se conseguir dar continuidade ao excelente trabalho
da atual diretoria, com o Dr. Ortiz, e da futura, com o Dr. Simão.
A AMB está
prestes a lançar a Classificação Brasileira Hierarquizada de
Procedimentos Médicos. Sabemos a dificuldade de sua implantação. Como o
senhor pretende fazer cumprir?
Pessoalmente, dando apoio às ações da DQA, com o Dr. Fábio Brito e Dr.
Simão, no biênio 2004/05. O tempo dirá ao Dr. Washington Araújo como
manter o leme firme na DQA, e toda a nossa equipe irá apoiá-lo.
Como a CBHPM será posta em prática via seções estaduais, caberá a nós
estimular as mesmas a agir em sintonia com as respectivas regionais da AMB.
Agindo assim, será mais fácil fazer com que a Classificação de
Procedimentos seja respeitada. Sem dúvida, será um grande passo para que
seja restabelecida uma condição digna de remuneração da classe médica
como um todo. Se cada estado tiver uma Cooperativa de Cardiologia bem
estruturada, com certeza a implantação da mesma terá aceitação mais
fácil.
Como
pretende conduzir cientificamente a sociedade?
O "objetivo primário" da SBC é sua atividade científica,
visando uma Educação Permanente. Com ela se pretende manter em nível
aceitável o conhecimento técnico dos seus associados, para que se pratique
a melhor forma de prevenção, uma boa rotina diagnóstica, o tratamento
adequado para nossos pacientes. Com o suporte dado pelas nossas Diretrizes,
sempre reavaliadas nos congressos e em publicações.
Para que isso seja alcançado, dependemos de uma equipe capaz. Isso inclui
toda nossa diretoria, especialmente a Comissão Científica, além de um
perfeito entrosamento com os departamentos e grupos de estudo.
A busca da qualidade de nossos congressos tem sido a tônica da SBC.
Pretendemos mantê-la. Também pretendemos dar o maior apoio aos congressos
das sociedades estaduais, especialmente àquelas com menos experiência.
Outro ponto importante é a atualização permanente das Diretrizes, que
serve como referência para os sócios na relação com os planos de saúde.
Entendo também que o nível de um congresso depende da qualidade de seus
temas-livres, que refletem a criação científica de cada universidade,
cada serviço, cada pesquisador. Esses são muito importantes. Desse modo é
que o valor científico do congresso da SBC deverá ser avaliado. E assim
ser creditado no exterior.
Vamos incentivá-los e premiá-los !
"Daremos
ênfase à programação
científica, razão
primordial da existência
da SBC"
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"Como
a Classificação de Procedimentos será posta em prática
via seções estaduais,
caberá a nós estimulá-las a agir em sintonia com as
respectivas regionais da AMB"
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