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Cardiologistas alertam para risco de morte súbita em treinamento

A atividade esportiva competitiva, intensa e desgastante, sempre envolve algum risco cardíaco, mesmo quando quem a pratica é um esportista amador que tenta apenas quebrar o seu próprio recorde de velocidade. O alerta é da Sociedade Brasileira de Cardiologia/Funcor, e foi dado em decorrência das recentes notícias sobre a morte súbita de esportistas na Europa.

O conselheiro de Atividade Física da SBC/Funcor, cardiologista Tales de Carvalho, explica que enquanto acima de 35 anos o coração geralmente mata pelo enfarte, nos mais jovens a "morte súbita" tem duas causas principais: a miocardiopatia hipertrófica idiopática, que é relacionada à herança familiar e, em geral, o atleta não sabe que tem, e a hipertermia, o aquecimento excessivo do corpo, durante um exercício extenuante. Junto desta última situação, encontramos, em geral, a desidratação e o desequilíbrio dos sais orgânicos (sódio, potássio etc.).

Na miocardiopatia hipertrófica, ocorre o aumento exagerado da musculatura do coração, que o deixa "mais grosso" que o normal. Um fator complicador, diz o médico, é que quando uma pessoa que não tem a doença se exercita muito ao longo dos anos, o coração também pode aumentar de espessura e/ou de volume, mas de uma forma saudável, limitada. Em conseqüência, quando o médico detecta um coração hipertrofiado num atleta, a primeira idéia é que se trata de uma reação fisiológica, mas o ecocardiograma pode ajudar a tirar a dúvida. Tales de Carvalho alerta também que a miocardiopatia hipertrófica é doença familiar, sendo comum que exista mais de um caso na mesma família e, por isso, quando detectado o problema num jovem, é aconselhável fazer seus irmãos passarem igualmente pelos testes e exames. O único sinal eventual da existência desse tipo de problema, precedendo a morte, pode ser a perda de consciência, um desmaio rápido, durante um exercício e nesses casos é preciso investigar, diz ele, embora muito treinador minimize o problema, achando que o atleta desmaiou porque não está num bom dia ou alimentou-se mal de manhã cedo.

O segundo problema, a hipertermia, ocorre quando alguém faz um exercício exaustivo, principalmente sob um calor muito forte e num dia de muita umidade no ar. A situação é facilitada pelo excesso de roupa e/ou roupas impermeáveis que dificultam a evaporação do suor, pela falta de hidratação e por uso de "queimadores de gordura" (os populares termogênicos) . Nesse caso, o organismo, que em condições normais se aquece durante o exercício, diante da dificuldade de promover a evaporação do suor (o "radiador do corpo"), para manter a temperatura num nível aceitável, começa a aquecer de forma perigosa. Imagine o atleta que corre sob o sol do meio-dia, por exemplo, podendo chegar a uma temperatura corporal de 40º a 41º graus, a que risco se submete. Nestas ocasiões, pode ocorrer lesão cerebral irreversível, importante desequilíbrio hidro-eletrolítico por perda de água e sais minerais, e uma arritmia que pode levar a uma parada cardíaca e à morte súbita. Nesse segundo caso, entretanto, há sintomas fáceis de detectar: fadiga acentuada, dor de cabeça, cãibra, arrepios de frio, náuseas, em presença dos quais o atleta deve parar imediatamente o exercício e tomar as devidas providências (hidratação, reposição dos sais minerais, esfriamento do corpo etc.).

A recomendação do Funcor, que é o braço da Sociedade Brasileira de Cardiologia que trabalha junto à comunidade e divulga as recomendações para os leigos, é que se evite o exercício que leva à exaustão, que se prefira sempre uma atividade física moderada e que os atletas façam uma avaliação cardiológica antes de iniciarem um programa intensivo de treinamento, embora nenhum exame dê garantia absoluta de que não haverá problemas. Exercitar-se é realmente muito necessário, conclui o médico, mas é preciso lembrar que a atividade esportiva competitiva sempre envolve algum risco.

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