ABC | Volume 108, Nº3, Março 2017 - page 65

Artigo Original
Fatores Prognósticos na Insuficiência Cardíaca Grave de
Etiologia Chagásica
Prognostic Factors in Severe Chagasic Heart Failure
Sandra de Araújo Costa, Salvador Rassi, Elis Marra da Madeira Freitas, Natália da Silva Gutierrez, Fabiana Miranda
Boaventura, Larissa Pereira da Costa Sampaio, João Bastista Masson Silva
Universidade Federal de Goiás - (UFG), Goiânia, GO – Brasil
Correspondência: Sandra de Araújo Costa •
Primeira Avenida, 565. CEP 74605-020, Setor Leste Universitário, Goiânia, GO - Brasil
E-mail:
Artigo recebido em 31/05/16, revisado em 25/10/16, aceito em 26/10/16.
DOI:
10.5935/abc.20170027
Resumo
Fundamento:
Fatores prognósticos são bastante estudados na insuficiência cardíaca (IC), mas ainda não possuem um
papel estabelecido na IC grave de etiologia chagásica.
Objetivo:
Identificar a associação de fatores clínicos e laboratoriais com o prognóstico da IC grave de etiologia chagásica,
bem como a associação desses fatores com a taxa de mortalidade e a sobrevida em um seguimento de 7,5 anos.
Métodos:
60 pacientes portadores de IC grave de etiologia chagásica foram avaliados com relação às seguintes variáveis:
idade, pressão arterial, fração de ejeção, sódio plasmático, creatinina, teste de caminhada de 6 minutos, taquicardia
ventricular não sustentada, largura do QRS, volume do átrio esquerdo indexado e classe funcional.
Resultados:
53 (88,3%) pacientes foram a óbito durante o período de seguimento e 7 (11,7%) permaneceram vivos.
A probabilidade de sobrevida geral acumulada foi de aproximadamente 11%. Taquicardia ventricular não sustentada
(HR = 2,11; IC 95%: 1,04 – 4,31; p<0,05) e volume do átrio esquerdo indexado ≥ 72 ml/m
2
(HR = 3,51; IC 95%: 1,63
– 7,52; p<0,05) foram as únicas variáveis que permaneceram como preditores independentes de mortalidade.
Conclusão:
A presença de taquicardia ventricular não sustentada ao Holter e o volume do átrio esquerdo indexado
> 72 ml/m
2
são preditores independentes de mortalidade na IC chagásica grave, com probabilidade de sobrevida
acumulada de apenas 11% em 7,5 anos. (Arq Bras Cardiol. 2017; 108(3):246-254)
Palavras-chave:
Insuficiência Cardíaca / mortalidade; Prognóstico; Cardiomiopatia Chagásica;, Doença de Chagas.
Abstract
Background:
Prognostic factors are extensively studied in heart failure; however, their role in severe Chagasic heart failure have not been established.
Objectives:
To identify the association of clinical and laboratory factors with the prognosis of severe Chagasic heart failure, as well as the
association of these factors with mortality and survival in a 7.5-year follow-up.
Methods:
60 patients with severe Chagasic heart failure were evaluated regarding the following variables: age, blood pressure, ejection fraction,
serum sodium, creatinine, 6-minute walk test, non-sustained ventricular tachycardia, QRS width, indexed left atrial volume, and functional class.
Results:
53 (88.3%) patients died during follow-up, and 7 (11.7%) remained alive. Cumulative overall survival probability was approximately
11%. Non-sustained ventricular tachycardia (HR = 2.11; 95% CI: 1.04 – 4.31; p<0.05) and indexed left atrial volume ≥ 72 mL/m
2
(HR = 3.51;
95% CI: 1.63 – 7.52; p<0.05) were the only variables that remained as independent predictors of mortality.
Conclusions:
The presence of non-sustained ventricular tachycardia on Holter and indexed left atrial volume > 72 mL/m
2
are independent
predictors of mortality in severe Chagasic heart failure, with cumulative survival probability of only 11% in 7.5 years. (Arq Bras Cardiol. 2017;
108(3):246-254)
Keywords:
Heart Failure / mortality; Prognosis; Chagas Cardiomyopathy; Chagas Disease.
Full texts in English -
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