Artigo Original
Costa et al
Insuficiência cardíaca chagásica grave
Arq Bras Cardiol. 2017; 108(3):246-254
Análise multivariada - Regressão de Cox
As variáveis utilizadas na regressão de Cox que
permaneceram no último modelo ajustado foram: TVNS,
VAEi, sódio plasmático e classe funcional, mas somente as duas
primeiras apresentaram valores de risco significativo (Tabela 4).
Foi identificado aumento do risco de óbito de 2,11
(1,04 – 4,31) entre aqueles com TVNS, e de 3,51 (1,63 – 7,52)
para aqueles com VAEi ≥ 72 ml/m
2
, ambos com p <0,05.
Discussão
Sobrevida na insuficiência cardíaca
A probabilidade de sobrevida acumulada geral dos
pacientes portadores de IC grave de etiologia chagásica,
identificados neste estudo, foi de aproximadamente 11%, o
que equivale a 53 óbitos durante o seguimento de 90 meses
em uma população de 60 pacientes.
Os valores apresentados neste estudo são semelhantes aos
registrados por Theodoropoulos et al.,
18
que acompanharam
127 pacientes com IC chagásica e encontraram uma
probabilidade de sobrevida acumulada de 78%, 59%,
46% e 39% em 1, 2, 3 e 4 anos de acompanhamento,
respectivamente (Tabela 5).
Os estudos clínicos que incluíram IC de diversas etiologias
mostraram uma probabilidade um pouco melhor em longo
prazo. A probabilidade de sobrevida acumulada geral relatado
por Rassi et al.
19
foi de 90,6%, 82,3%, 73,3%, 70,2% e 64,4%
após 1, 2, 3, 4 e 5 anos de seguimento, respectivamente. Essa
população era portadora de IC com início recente dos sintomas.
19
Tabela 2 –
Sobrevida geral acumulada segundo probabilidade, de acordo com Kaplan-Meier
Tempo
[meses (ano)]
Participantes sob risco
Sobrevida acumulada (%)
Óbitos no intervalo
Vivos no início do intervalo
0
60
-
-
60
12 (1 ano)
42
70
18
42
24 (2 anos)
30
50
12
30
36 (3 anos)
28
46
2
28
48 (4 anos)
24
40
4
24
60 (5 anos)
14
23
10
14
72 (6 anos)
10
16
4
10
84 (7 anos)
8
13
2
8
90 (7,5 anos)
7
11
1
7
Figura 1 –
Curva de sobrevida geral acumulada
Seguimento – meses
80
70
60
50
40
30
20
10
0
20
40
60
80
100
0
Probabilidade de sobrevivência %
250