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Equipe já trabalha no maior estudo epidemiológico nacional

Um estudo epidemiológico a ser realizado em 70 cidades brasileiras de 21 Estados vai permitir saber, pela primeira vez, qual a percentagem da população brasileira que corre risco efetivo de ter um infarto devido à hipertensão, colesterol alto, obesidade, fumo ou diabetes.

A  pesquisa, que a Sociedade Brasileira de Cardiologia vai realizar com coordenação da SBC/Funcor, foi anunciada durante a cerimônia de posse da nova diretoria, realizada no Rio de Janeiro, no ano passado, e já teve dois projetos-piloto levados a efeito em cidades mineiras, Ouro Preto e Pouso Alegre, com apoio da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto e da Faculdade de Ciências Médicas de Minas, além do Laboratório de Biologia Molecular e Genética da Universidade de São Paulo.

O trabalho, cujo desenho e suporte teve a colaboração do “Vox Populi”, vai envolver parcerias epidemiológicas que também se envolverão na “enquête”, a indústria farmacêutica e outros segmentos da sociedade brasileira e, provavelmente, o próprio Governo Federal, cuja participação está sendo solicitada, pois será um dos maiores beneficiários de uma estatística epidemiológica confiável.

A pesquisa, cujo nome é “Estudo Epidemiológico Nacional da Prevalência de Fatores de Risco Cardiovascular”, é o mais ambicioso já realizado no Brasil e tem critério científico na escolha e número dos entrevistados. O objetivo é levantar dados para que se saiba qual o melhor caminho para reduzir o número de mortes por doenças cardiovasculares, que hoje matam 300 mil brasileiros a cada ano.

“A pesquisa se impõe, porque há realidades diferentes no Brasil, como a queda da mortalidade cardíaca que é registrada em São Paulo, ao mesmo tempo em que há um aumento no Rio de Janeiro, sem que as causas desses fenômenos sejam bem conhecidas”, explica o presidente da entidade, Antônio Felipe Simão. Ele esclarece que ao levantar a realidade epidemiológica em relação aos riscos cardiovasculares, a SBC estará prestando um trabalho à Medicina como um todo, à medida em que vai preparar uma ferramenta para a melhoria da saúde da população.

O cardiologista esclarece ainda que a pesquisa será tão acurada e complexa que seus resultados completos demandarão cerca de um ano para serem totalmente tabulados, embora muitos dados estatísticos devam estar disponíveis logo depois do fim do levantamento.

Para Felipe Simão, o tamanho do Brasil e a diversidade cultural faz com que haja costumes alimentares diferentes no Nordeste em relação ao Sul do Brasil, na área rural em relação à urbana, com efeitos diversos sobre o sistema circulatório, a pressão e o próprio coração e por isso mesmo a pesquisa está sendo cuidadosamente preparada, levando em conta faixas etárias, sexo, nível sócio-econômico e local de moradia.

 

Abrangência natural

 

Raimundo Marques da SBC/Funcor e coordenador geral do Estudo explica que apenas no estado de São Paulo serão pesqui­sados habitantes de 18 cidades, Piracicaba, Jundiaí, Botucatu, Taubaté, Santo André e Presidente Prudente, entre elas, enquanto em Minas Gerais a pesquisa vai abranger Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba, Governador Valadares, Ipatinga, Divinópolis, Barbacena, Pouso Alegre e Alfenas.

No Rio Grande do Sul, seis cidades estarão incluídas na pesquisa, no Rio de Janeiro, outras seis, enquanto o Paraná será analisado através de pesquisa com moradores de cinco cidades, Santa Catarina com três e Goiás também com três, incluindo o Distrito Federal. Na Bahia, serão selecionados moradores de Salvador e Feira de Santana, na Paraíba, de João Pessoa e Campina Grande, no Espírito Santo de Vila Velha e Vitória. Outros Estados terão apenas a Capital incluída no levantamento, como Ceará, Amazonas, Pernambuco, Pará, Maranhão, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Sergipe.

Para Raimundo Marques é vital que se saiba qual a prevalência da obesidade na população brasileira, já que estudos recentes indicam que diâmetro de mais de 100 centímetros de cintura indicam predisposição ao infarto, da mesma forma que a hipertensão mas, “no caso da pressão alta a situação é mais grave, pois temos indicações de que pelo menos metade dos brasileiros hipertensos nem sequer sabem que o são”. O médico insiste que se o estudo demonstrar que o maior problema é o seden­tarismo, ou o fumo, por exemplo, essas respostas irão influenciar as campanhas de saúde pública e o trabalho preventivo dos médicos. “Campanhas mais eficientes para controlar os fatores de risco cardíaco resultarão em economia de vidas”, garante ele.

 

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