As
prioridades da nova gestão da Sociedade Brasileira de Cardiologia são
quatro, a educação médica continuada, a continuação intransigente por
melhores condições de trabalho, a formação de cooperativa de
cardiologistas em todos os Estados brasileiros e a realização de um
amplo Projeto Epidemiológico Nacional. Essas diretrizes foram anunciadas
pelo novo presidente, Antônio Felipe Simão, durante a solenidade de
posse da Diretoria, realizada no dia 19 de dezembro em sessão solene no
auditório da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, solenidade
essa que foi dirigida pelo presidente da ANM, professor Pietro Novelino.
Diante
do auditório lotado por cardiologistas vindos de vários Estados, foi
formada a mesa diretora dos trabalhos, na qual tomaram assento o professor
Pietro Novelino, o presidente que deixava o cargo, Juarez Ortiz, o novo
presidente da SBC, o representante do ministro da Saúde, Valcler Fernandes,
que é subsecretário de Planejamento e Orçamento, o representante da
governadora do Estado, dr. Nelson Albuquerque de Souza e Silva, o
representante do prefeito do Rio de Janeiro, cardiologista Carlos Scherr,
o representante do presidente do Conselho Federal de Medicina, dr. Roberto
Luiz d´Ávila.
A
solenidade começou com a execução do Hino Nacional Brasileiro, depois
do que o secretário-geral da Academia, Orlando Marques Vieira, fez a
saudação inicial e, abertos os trabalhos, falou inicialmente o
presidente Juarez Ortiz, que centrou sua oração no agradecimento. Disse
que agradecia a Deus o privilégio de ter integrado a Diretoria da SBC e
durante o período que coincidiu com seu 60º aniversário. Agradeceu também
os diretores que trabalharam com ele, os funcionários da entidade e
principalmente agradecia a honra “de ter representado uma das elites da
medicina nacional”. Enalteceu em seguida a personalidade do seu
sucessor, Antônio Felipe Simão que, tem certeza, terá uma gestão
extremamente profícua.
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e/d: Raimundo Marques Nascimento Neto, Augusto
Bozza e Antônio Felipe Simão |
Os
presentes assistiram em seguida ao vídeo comemorativo dos 60 anos da
entidade, depois do que o novo presidente e todos os diretores assinaram o
termo de posse, a saber Antônio Felipe Simão, presidente, José Péricles
Esteves, presidente futuro, Juarez Ortiz, presidente passado, Dário
Celestino Sobral Filho, vice-presidente, José Geraldo de Castro Amino,
diretor administrativo, Oscar Francisco Sanchez Osella, diretor de Relações
Governamentais, Cesar Cardoso de Oliveira, Diretor financeiro, Carlos
Eduardo Suaide Silva, diretor de Comunicação, Fábio Sândoli de Brito,
diretor de Qualidade Assistencial, Dikran Armaganijan, diretor científico,
Raimundo Marques Nascimento Neto, diretor executivo da SBC/Funcor, e José
Benedito Buhaten, diretor de Relações com Estaduais e Regionais.
Falou
a seguir o presidente da Academia, que fez a saudação ao novo
presidente. Passou a palavra a Antônio Felipe Simão que, em seu
discurso, elogiou a Diretoria que terminava, a qual, disse, “realizou
uma administração inovadora que colocou a SBC na era moderna em que
vivemos, trouxe o conceito empresarial, realizou a primeira reunião
estratégica que definiu o que a SBC deverá fazer do ponto de vista técnico-administrativo
nos próximos anos e desenvolveu a mais importante e polêmica reforma
estatutária jamais executada”.
Disse
que, diante de tantas realizações, que podem ser resumidas com a afirmação
de que a Diretoria “colocou a SBC na era da modernidade”, a nova
Diretoria tem enorme responsabilidade de substituí-la, mas conta com o
apoio de Juarez Ortiz que permanece integrante da direção da entidade.
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"A gestão anterior colocou
a SBS na era da modernidade"
Antônio Felipe Simão |
As
quatro metas
Passando
a falar das metas que pretende cumprir, disse ele que são quatro:
“1º
- Educação médica
continuada, de maneira a atingir todos os cardiologistas mas,
fundamentalmente, dirigida àqueles menos favorecidos e que se encontram
nos rincões mais distantes do Brasil. Por outro lado, estamos em pleno
entendimento com entidades internacionais, notadamente no Canadá e na
Europa, para estreitarmos nosso relacionamento científico com esse país
e com aquele continente. Uma vez que, cientificamente, estamos entre as
dez maiores sociedades de Cardiologia do mundo, ao mesmo tempo em que
somos a quarta maior sociedade em tamanho, tal relacionamento se torna
fundamental para o crescimento científico e o reconhecimento
internacional cada vez maior de nossa entidade”.
“2º
- Continuar a
luta intransigente por melhores condições de trabalho e de ganho para
todos nós, tão aviltadas nos dias de hoje. Visamos trabalhar pesado para
restabelecer a dignidade dos cardiologistas e, porque não dizer, de toda
a classe médica”.
“3º
- Estabelecer,
com os pés no chão, de acordo com a realidade nacional e com nossa própria
realidade, a possibilidade de formarmos as cooperativas de cardiologistas
em cada unidade da Federação. Tal iniciativa já foi começada e
estaremos apoiando fortemente a sua concretização”.
“4º
- Realização
de amplo Projeto Epidemiológico Nacional no qual estaremos levantando a
situação dos fatores de risco no Brasil, para que possamos finalmente
ter nossos próprios dados, do nosso País e da nossa Cardiologia, que nos
permitam desenvolver projetos de prevenção e de tratamento adequados e tão
necessários”.
O
orador fez em seguida um agradecimento emocionado a seus amigos e
familiares, referindo-se em especial à sua esposa, Sandra, e sua filha,
Carol e, ao finalizar, disse da gratidão que tem para com os colegas de
diretoria que assumiam com ele “o mais honroso posto da cardiologia
brasileira” e afirmou que “o trabalho que temos pela frente é difícil,
mas certamente, quando daqui a dois anos estivermos entregando o cargo
para a futura Diretoria, teremos o prazer de saber que bem executamos a
missão que ora se inicia”.
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