Jornal SBC - Jan-Fev 2003

Com este número, o “Jornal SBC” completa dez anos de existência e continua fiel à missão definida em seu primeiro editorial: “criar espaço para a divulgação de todas as atividades de nossos associados, da Diretoria, dos Departamentos e Regionais”.

Nascido em janeiro de 1994, o “Jornal” foi uma idéia do então presidente, José Antonio Franchini Ramires, que sentia falta de uma publicação que não fosse tão científica como os “Arquivos” e que, com maior agilidade, informasse os sócios, difundindo notícias úteis, cursos, atividades dos departamentos, novidades e temas diversos. “Imaginamos uma espécie de quadro de avisos”, relembra o primeiro diretor de Publicações, Antonio Carlos Pereira Barretto, a quem foi entregue a missão de fazer o jornal.

Ele confessa que, a princípio, foi um desafio difícil, “tínhamos pouco material, o Jornal se limitava a uma Carta do Presidente, ao calendário de eventos, uma ou outra publicação, principalmente do Departamento de Ergometria, o primeiro a dar apoio, raras informações que vinham das Regionais. Para “encher lingüiça”, preenchendo todas as páginas brancas que restavam, Barretto começou a escrever artigos quase turísticos, apresentando as cidades onde seriam os próximos congressos, como Orlando, na Flórida, por exemplo, e por um tempo tornou-se efetivamente um repórter, caçando matérias, fazendo resenhas do “New England”, telefonando a cada diretor de Departamento para levantar novidades.

“Foi um alívio quando conseguimos a colaboração de Max Grinberg e George Washington, que passaram a enviar crônicas muito bem-vindas.” O trabalho era tanto, que já para o segundo número Barretto teve que conseguir reforço, chamando Bárbara Maria Ianni como editora e não foi suficiente, tanto que no terceiro número entrou outra editora, Jaqueline Scholz Issa. Só a partir de então foi possível fazer a publicação sem tanto estresse. A “Revista Pressão” para leigos, que fora criada junto com o jornal, entretanto, não teve tanto fôlego, viveu apenas um ano e acabou morrendo.

Apesar de todas essas dificuldades o Jornal se impôs, foi incorporado pela categoria e se mantinha à custa de um generoso patrocinador, a Pfizer, que o sustentou durante um bom tempo, concordando mais tarde com a participação de outros anunciantes, como a Biolab-Searle.

Jornal bem caseiro

O atual diretor de Comunicações da SBC, Carlos Eduardo Suaide Silva, assumiu o Jornal no final de 1995, e reconhece que continuava a ser feito de uma forma bem caseira. “A diagramação dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia estava a cargo de um estudante de Direito, Fábio Pimenta”, conta ele, “e nós nos reuníamos na salinha do Fábio, que entendia muito de computador, e íamos escrevendo e diagramando simultaneamente”.

Como ainda faltava notícia, a solução era escanear os cartazes de cursos, copiar notícias de outros jornais, até logotipos das entidades, fazendo o que os jornalistas chamam de “gilete press” e produzindo uma publicação modesta, em duas cores, mas que se firmou, quando os Departamentos descobriram que o Jornal era o veículo certo para divulgar suas atividades.

A primeira “reforma” foi em 1996, quando o Jornal foi redesenhado, tornando-se muito parecido com o “The New England Journal of Medicine” e deu certo. Logo em seguida passou a ter quadricromia, quando então, mais caro, precisou de outros anunciantes, Unilever, Boehringer, entre outros e, quando chegou ao número 25, em 1998, foi feito um novo projeto gráfico, mais moderno, pela “Publishing Solutions”, que editou o Jornal até agora.

No biênio 2000/2001 o diretor de Comunicação, Marcus Malachias, coordenou o terceiro projeto gráfico com cores vibrantes, mais ilustrações e a criação de novas seções.

Na gestão Angelo de Paola, como diretor de Comunicação, o Jornal adequou seu tamanho, para que pudesse ser distribuído juntamente com os “Arquivos”. É que a postagem começou a pesar, com a SBC se aproximando de dez mil sócios que recebiam o Jornal, como lembra Madalena Garcia, que acabou se transformando na pauteira da publicação, dando tempo integral à missão de contatar os colaboradores em todos os Estados do Brasil, cobrar os artigos no fechamento, pedir o envio de fotografias e, quando necessário, tornar-se ela mesma uma fotógrafa, saindo de máquina em punho para ilustrar as matérias.

Agora, justamente quando completa seu décimo aniversário e chega à maturidade, o “Jornal SBC” passa a ser dirigido por Carlos Vicente Serrano Júnior, ganha um novo projeto, uma diagramação mais aberta, que facilita a leitura, tipologia mais moderna, projeto do artista gráfico Alexandre de Paula Campos Filho. Também pretende mostrar o lado mais pessoal do cardiologista, contar do hobby de cada um, pois além dos consultórios, os profissionais se dedicam e com muito afinco a atividades como a música, a pintura, a culinária, a pesca submarina.

E para fazer essas reportagens e tornar o texto mais leve e agradável, o Jornal, que se profissionaliza cada vez mais, foi buscar uma equipe de jornalistas experimentados, que já faziam a assessoria de imprensa da SBC. É um longo caminho andado desde que, há uma década, o cardiologista Antonio Carlos Pereira Barretto sentou-se diante de uma folha em branco e começou a imaginar por onde começaria. Hoje, ninguém tem dúvida de que ele começou bem.