A Philip Morris, uma das gigantes da indústria dos cigarros publica na
mídia internacional um comunicado no qual assume a
bandeira que há muito tempo foi levantada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e as demais ONG’s que combatem
o tabagismo.
Muito nos surpreende essa atitude, uma vez que na Conferência
Magna para o Controle do Tabagismo, realizada em
Genebra, de 2000 a 2003, patrocinada pela OMS e apoiada
por outras 170 entidades, incluindo a Federação
Mundial de Cardiologia cuja delegação chefiei, a
atitude tanto da Philip Morris, como da British
American Tobacco, que é representada em nosso País
pela Souza Cruz, sempre foi de negar os efeitos
deletérios do cigarro e de tentar obstruir qualquer
progresso nas negociações. Agora, esses mesmos
opositores às campanhas contra tabagismo agem como
lobos com pele de cordeiro! Entre as pérolas publicadas
no comunicado, destacamos:
“Não suponha que os cigarros com menos alcatrão são mais seguros ou
melhores para você” ou “o consumo de cigarros entre
os jovens é um problema”.
Respondendo à pergunta feita pela própria Philip Morris
Internacional sobre o que os fabricantes de cigarro
devem fazer a respeito: “Muito simples, simplesmente
deixar de fabricá-los”.
Mario Maranhão
Ex-Presidente da Federação Mundial de Cardiologia e Consultor da
organização Mundial da Saúde
e-mail: mariomaranhao@cardiol.br
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