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A pesquisa de qualidade e a SBC

Questionei-me sobre a significância de uma nova pesquisa de qualidade assistencial entre os sócios da SBC. 
Afinal, o que queremos ainda saber a respeito do atendimento cardiológico em nosso país? Haverá alguma novidade que seja digna de referência? Será que são realmente ainda necessárias perguntas, para constatarmos que temos "ilhas-de-excelência", ao lado de verdadeiros "buracos negros" no atendimento a nossos pacientes? Será realmente importante constatar uma vez mais que as empresas intermediadoras de serviços médicos conseguiram transformar a saúde de um bem natural e um direito, em "produto" caro e privilegiado, que só atende a seus interesses mercantilistas? Caberão ainda questionamentos, para constatarmos que a cada dia somos mais desrespeitados como profissionais, por estas empresas, pelo "sistema" e até por nós mesmos?

Por que insistir com pesquisas e propostas que já sabemos previamente seus resultados? Por que ocuparmos uma vez mais tempo, recursos e disponibilidades em busca de respostas conhecidas e imutáveis por nossa própria natureza?

E assim, neste contexto,em que papel se coloca esta nova pesquisa, e quais seus objetivos na SBC ?

Acredito que as coisas não se resolvem por si mesmas. Algumas até, só têm a sua solução na tentativa essencial de resolvê-la. A solução de nossos problemas passa necessariamente pela observação e pelo aprofundamento do conhecimento da sua real natureza.

Recentemente a Associação Médica Brasileira e o Conselho Federal de Medicina realizaram uma pesquisa entre os médicos brasileiros sobre planos de saúde. Seus resultados foram publicados na mídia impressa, com algum sensacionalismo e muito estardalhaço (o que justificava plenamente os objetvos).

Na prática, porém, pouca coisa mudou. Não temos notícias de qualquer modificação deste ou daquele plano, para uma atitude mais correta, com o objetivo de se conduzir mais justamente sua relação perante médicos ou pacientes. O Ministério Público, as entidades de classe, as sociedades de especialidade, a Agência Nacional de Saúde ou até mesmo os Procons nada fizeram efetivamente, além do envio de telegramas e de uma ou outra manifestação de apoio pela iniciativa.

Como interpretar tal fato? Descrédito? Desânimo? Cansaço?

Não somos nem ao menos capazes de cerrar fileiras pela defesa de nossa dignidade e sobrevivência!

Que exemplo apresentamos para uma sociedade que precisa cada vez mais confiar em seus médicos, além da triste demonstração de desunião, de interesses escusos e de, se me permitem o neologismo, de um "cardiofagismo" insano e inconseqüente?

Deus queira que a pesquisa assistencial que em breve desencadearemos em nossa comunidade cardiológica tenha, pelo menos, o mérito reconhecido por todos de ter tentado transformá-los.

Eu, nossa diretoria e a SBC contamos com o apoio e a colaboração de cada um!

Emilio Cesar Zilli
Diretor de Qualidade Assitencial

 

DQA fará reuniões nas regionais

A Diretoria de Qualidade Assistencial (DQA) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) irá realizar uma série de reuniões, já no começo do ano, para discutir com os associados locais a defesa profissional, a qualificação do trabalho médico e o atendimento ao paciente. A DQA foi criada durante o 57º Congresso Brasileiro, em setembro, na cidade de São Paulo, e durante o evento foi realizada a primeira reunião de diretoria.

"Ainda em 2002 realizamos um encontro em Florianópolis com os representantes da Região Sul e os associados da SBC", conta o diretor da DQA, Emilio Cesar Zilli. O cardiologista ressalta que mais outras quatro reuniões já estão agendadas: no Rio de Janeiro com a Região Sudeste, em Recife com a Região Nordeste, em Belém com a Região Norte e em Brasília ou Goiânia com a Região Centro-Oeste.

Emilio Zilli explica que o trabalho da Diretoria de Qualidade Assistencial é praticamente itinerante, já que os problemas estão espalhados por todo o país. "Temos que dinamizar as ações e sermos muito atuantes para que a entidade seja cada vez mais reconhecida pela sociedade e também atenda às necessidades de todos os cardiologistas", diz o diretor. Ele também lembra que, para realizar o trabalho, foram criadas sete coordenadorias, além das representações regionais.

A Coordenadoria de Relações Institucionais vai cuidar dos relacionamentos com órgãos e instituições externas e deverá conduzir problemas em conjunto com outras entidades ou associações. A de Assuntos Jurídicos receberá todas as reclamações e solicitações e, após análise, irá encaminhar ao Departamento Jurídico da SBC para adotar as medidas necessárias. "Esta Coordenadoria já contatou a AMB – Associação Médica Brasileira e o CFM – Conselho Federal de Medicina, para obter mais esclarecimentos sobre o Seguro de Responsabilidade Civil Médica, e também a Unimed Paulistana, para discutir a Implantação de Meta Referencial adotada pela empresa", lembra Emilio Zilli.

A Coordenadoria de Relações Internas vai estabelecer o contato permanente com as sociedades de cardiologia regionais e estaduais. A de Acreditação de Convênios supervisionará o cumprimento das normas éticas pelas empresas de serviços médicos. "Esta Coordenadoria também terá um papel estratégico, já que será responsável pela emissão de um Selo de Qualidade Assistencial às companhias avaliadas que assim o fizerem por merecer", conta Emilio Zilli. E, por último, as Coordenadorias de Relações Médicas, que serão responsáveis pela análise de todo o material encaminhado à Ouvidoria da DQA, de Cardiologia Baseada em Evidências e de Bioética em Cardiologia.

 



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