A Sociedade Brasileira de Cardiologia se associa a
Aloyzio Achutti nesta homenagem e cumprimenta o colega Mario Maranhão
pela brilhante gestão à frente da World Heart Federation. Graças a seu
trabalho, a cardiologia brasileira, pródiga em talentos, foi, mais uma
vez, destaque mundial.
Neste ano que
terminou duas pessoas importantes para a cardiologia mundial terminaram
também seus mandatos frente a WHF (World Heart Federation). Nosso AMICOR
Presidente, Mario de Camargo Maranhão e a Secretária Executiva Marianne
Brule de Figueiredo. Mario Maranhão terminou o mandato no último dia do
ano, passando agora para a condição de "Past-President".
Ambos tiveram um papel importante no desenvolvimento da
Sociedade (Federação das Sociedades, Associações e Fundações do
Coração) e ajudaram a definir prioridades no campo científico e
estratégico da Cardiologia Mundial.
No início (1950), pela união de sociedades de
cardiologia (sociedades de especialistas) de vários países foi fundada a
"International Society of Cardiology" que depois de algum tempo
(1978) se uniu com a Federação Internacional de Cardiologia (união de
instituições não estritamente médicas de recursos científicos,
materiais e humanos voltados para a prevenção e controle das Doenças
Cardiovasculares), formando a ISFC (International Society and Federation
of Cardiology) com sede em Genebra.
Marianne fazia a ligação entre diversas entidades,
gerenciando os recursos, servindo ao mesmo tempo como base de dados
históricos e até de conselheira política nas curtas gestões que iam se
sucedendo.
A entidade era chamada de Internacional, mas não podia
se designar como sociedade representativa da Cardiologia Mundial por falta
de abrangência, cobertura e prestígio.
Pouco a pouco, entretanto, por negociações políticas e
diplomáticas, principalmente de dirigentes de cultura latina
Mario
de Camargo Maranhão: Past President da WHF ajudou a definir
prioridades no campo científico e estratégico da cardiologia
mundial |
(Mario R. Garcia-Palmieri e Antonio Bayés de Luna) ou
colegas mais distantes dos países hegemônicos, o mosaico foi se
completando e se impondo a existência da cardiologia que assiste três
quartas partes da população mundial.
Mario Maranhão consolidou a "World Heart
Federation", agora com imagem mundial e respeito. Não somente deu
oportunidade e voz para gente acostumada a não ser ouvida, como também
fez todo um trabalho contínuo de apresentação e promoção. Somente
para citar duas de suas conquistas: trouxe, com grande esforço, o
Congresso Mundial para o Rio de Janeiro e o realizou com sucesso; e
conseguiu que a 6a Conferência Mundial de Cardiologia Preventiva seja
realizada pela primeira vez abaixo do Equador em 2005, em Foz do Iguaçu,
sob sua presidência.
Deve-se a ambas as figuras homenageadas o fato de se
ter conseguido não fechar prematuramente o capítulo da Febre Reumática
e a ênfase dada à prevenção, aos assuntos ligados à saúde da mulher,
ao despertar para temas não habitualmente explorados, embora importantes,
como o do estresse, dos componentes sociais e psicológicos na gênese das
doenças cardiovasculares, na conectividade entre todos os profissionais
de boa vontade (AMICOR, ProCOR, Heartfile, CLACTA, e outros) e na
necessidade da paz, sem a qual de nada adiantará um coração saudável.
Aloyzio Achutti |