O 58º Congresso da
Sociedade Brasileira de Cardiologia será realizado em setembro, em
Salvador, e deve reunir cerca de 6 mil profissionais, entre cardiologistas,
nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e enfermeiros. A previsão,
feita durante uma das reuniões preparatórias do evento, é do presidente
do Congresso, Heitor Ghissoni de Carvalho.
Para o cardiologista, o
congresso terá grande importância, também pela participação de 12 dos
maiores especialistas de outros países, que toda a infra-estrutura da Bahia
está sendo preparada para receber os convidados. "Isso implica em
hotéis, ônibus, recepcionistas no aeroporto, estrutura para tradução
simultânea das conferências em inglês, contatos prévios com os
restaurantes, programação turística e cultural, inclusive para esposas
dos congressistas. Uma variedade de providências que precisam ser tomadas
com grande antecedência", explica o médico.
Heitor Ghissoni garante que
o evento é a quarta maior reunião de cardiologistas do mundo e a
responsabilidade brasileira é muito grande, pois o país não apenas tem
uma posição de liderança na Cardiologia do continente, o que explica o
grande número de inscrições que estão chegando da Argentina, Uruguai e
Paraguai, como também mantém uma íntima e tradicional ligação com os
cardiologistas de Portugal, cuja delegação certamente será uma das mais
numerosas.
O grande beneficiário do
encontro, porém, é o profissional brasileiro – insiste o médico, pois
ele terá oportunidade de, sem sair do país, conhecer a fundo todas as
inovações, novos métodos de tratamento, cirurgias inovadoras, novos
medicamentos e últimas descobertas dos pesquisadores em Cardiologia.
A presença de
profissionais de áreas afins, que é uma tendência crescente nos últimos
anos, ajudará a corporificar a visão multiprofissional da Cardiologia,
pois hoje a recuperação do paciente cardiopata envolve tanto
nutricionistas, como fisioterapeutas e, até mesmo, psicólogos, que
estarão presentes no congresso em nome de uma interação multidisciplinar
que beneficia, em última instância, o cidadão brasileiro.
Para Heitor Ghissoni, o
brasileiro conta hoje não apenas com uma Cardiologia de ponta que é uma
das melhores do mundo, mas com uma gama de profissionais envolvidos na
prevenção das doenças do coração e no controle dos fatores de risco, o
que vai resultar na redução do número de doentes, evitando, por exemplo,
milhares de enfartes, através de uma alimentação mais saudável, do
controle da obesidade, da hipertensão arterial, da diabetes, do hábito do
fumo e da redução do sedentarismo.
O Congresso da Sociedade Brasileira de
Cardiologia vai para a região nordeste apenas de cinco em cinco anos,
levando consigo a prova para obtenção do Título de Especialista em
Cardiologia – TEC. É uma grande oportunidade para profissionais da
Cardiologia dessa região que não conseguem ir para as outros lugares onde
o congresso é realizado, não só participarem do evento, mas também
tentarem a obtenção do TEC. A inscrição é através do site www.cardiol.br,
com descontos aos pré-inscritos.
Cardiologistas
de cinco continentes irão ao congresso |
Dezesseis dos maiores
cardiologistas do mundo, entre professores dos Estados Unidos,
Itália, Inglaterra, Argentina e Canadá participarão do 58o
Congresso da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Uma das novidades do
congresso será a discussão sobre a inflamação como possível causa
de um enfarte, afirmou o presidente do congresso, Heitor Ghissoni de
Carvalho. Segundo ele, pesquisas recentes mostraram que em alguns
enfartados o ataque cardíaco foi precedido da inflamação das
coronárias. Um dos estudiosos do assunto, o cardiologista clínico
Ricardo Lopes Santi, da Argentina, irá ao Congresso.
Outro tema importante
é a supressão de certas arritmias através da ablação de feixes
nervosos conseguida pela inserção de um cateter, tendo como
convidado o cardiologista italiano Carlos Pappone, especialista em
arritmias e eletrofisiologia. A informação é do ex-presidente da
SBC, Gilson Feitosa, que confirma ainda a presença de um
cardiologista clínico norte-americano, Alain S. Maisel, cujo tema
será a insuficiência cardíaca e uma descoberta pessoal do
pesquisador, o BNP, sigla de peptídeo natriurético cerebral, muito
usado na mensuração do risco de problemas cardíacos.
Além desses, estarão em Salvador os
norte-americanos Bijoy Hkandheria, Frank Intg, John Ambrose, Leslee
Shaw, Mario Garcia, Nanette Wenger e Uri Elkayam, os ingleses Gianni
D. Angelini e Peter Sever, os argentinos Jean-François Tanguai, Jorge
Lowenstain e Ricardo Gelpi e o canadense Pawan K. Singal, nas áreas
de cardiologia clínica, ecocardiografia, arritmias e eletrofisiologia,
cardiologia pediátrica, cirurgia cardiovascular, hemodinâmica,
aterosclerose, ergometria, cardiogeriatria, fisiologia cardiológica
respiratória, hipertensão arterial e cardiopatia e gravidez. |
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