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PCR ou morte súbita?

É oportuno neste momento realizarmos esta pergunta e nos colocarmos simultaneamente no papel de médicos cardiologistas, vítima ou paciente. A doença cardiovascular é a principal causa de morte de nossa população e a principal causa de morte súbita. Dentre as causas de mortalidade, a morte súbita mata mais que acidentes de trânsito, câncer ou AIDS. Para respondermos esta pergunta feita no título temos que nos concentrar no que nós, cardiologistas, poderíamos fazer por esta causa. Nos últimos meses, temos visto casos apresentados nos meios de comunicação de eventos que ocorrem com atletas jovens, os que não vimos são os que ocorrem em pessoas comuns.

O que se discute muito na mídia é o que poderíamos fazer para não ter a PCR, como prevenção cardiovascular que nunca é demais darmos ênfase. Discute-se também a possível causa da parada cardiorespiratória (PCR) que, muitas vezes, não é nem mesmo encontrada. Entretanto, sobre o que deveria ser feito após a PCR para evitar a morte desta vítima pouco se discute ou pouco se faz. As causas para a omissão no atendimento deste tipo de evento envolvem desde nós, cardiologistas, a classe médica e de profissionais de saúde, o governo e a sociedade como um todo. Talvez esta seja a principal razão para a omissão, responsabilidade repartida. É por esta razão que creio e devemos nós, médicos cardiologistas, assumir a responsabilidade para estes eventos e procurar de todas as maneiras agir com liderança técnica e política para realizarmos um correto atendimento e tratamento destas vítimas. De tal forma, é nosso dever agregar diferentes entidades que estão envolvidas no atendimento destas vítimas pré-hospitalares e intra-hospitalares. Vários trabalhos científicos demonstram que grande parte da classe médica está aquém do conhecimento necessário para o correto atendimento destas vítimas.

Este conhecimento se faz necessário não só no atendimento de nossos pacientes como também para sermos divulgadores do conhecimento para leigos, que podem e devem realizar o atendimento básico. Tal fato é de grande importância; pois o tempo é o fator vital. Portanto, o aprendizado do suporte básico de vida (SBV) deve ser para todas as classes com ênfase para a classe médica, que muitas vezes, por falta de interesse, não dá a importância necessária a este aprendizado. Já é certo que o SBV é mais importante para o salvamento destas vítimas que o suporte avançado de vida. Estes minutos iniciais são cruciais. No Brasil e em nossas cidades não conseguimos salvar 2% da população em PCR pré-hospitalar. A média de pessoas que apresentam uma PCR em uma cidade de 500 mil habitantes é em torno de 500 pessoas/ano, salvando 2% destas pessoas estaríamos salvando no máximo 10 pessoas/ano, quando poderíamos estar salvando pelo menos 300 pessoas ao ano. Nós sabemos que uma sociedade forte e unida como a SBC pode em muito melhorar estes números, e é para isto que nós, cardiologistas, precisamos nos envolver e liderarmos esta causa. Nós possuímos o conhecimento técnico e científico capaz de auxiliar outros profissionais médicos e da área de saúde, e de envolvermos a sociedade e o governo como um todo.

Portanto, a resposta da pergunta feita acima é PCR e não Morte Súbita, pois ainda existe tempo para fazermos algo, principalmente nós, cardiologistas.

 

Manoel Fernandes Canesin
Presidente do GERESEM (Grupo de Estudos em Ressuscitação e Emergência
Cardiovascular) da SBC
e-mail: mcanesin@cardiol.br

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