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:. DIRETORIA - ENTREVISTA .:

 




Diretoria Financeira abre mais opções para inadimplentes.

Numa época de crise econômica prolongada, como agora,
o cargo menos ambicionado da SBC é o de diretor-financeiro,
cuja incômoda missão muitas vezes é explicar aos companheiros
que chegam cheios de idéias que, sem recursos orçamentários,
não dá para implementar aquele projeto tão ambicionado.
Nem por isso, porém, o cardiologista Cesar Cardoso de Oliveira
hesitou quando foi convidado para o posto difícil e trabalhoso.

 

Preocupado com a inadimplência que acaba afastando muitos médicos da Sociedade – 20% na média, mas bem maior em alguns Estados, uma das primeiras providências do novo diretor foi parcelar as contribuições atrasadas em até 10 vezes, no cartão de crédito. E para recuperar os cardiologistas que não pagam há muito tempo, alguns há mais de quatro anos, sua proposta é que se associem novamente, e a entidade "esquece" a dívida passada.

"Eles entrarão como juniores, sem direito a votar e a ser votado inicialmente", explica o diretor, mas vão garantir todo o material tão necessário à permanente reciclagem, publicações, acesso à área restrita do Portal, e as novas vantagens que a Diretoria está "batalhando", programa de seguro-saúde, seguro odontológico, seguro mais barato de carro e vantagens na assinatura de revistas médicas. Um outro projeto que está sendo ultimado é fazer com que o pagamento da anuidade já dê direito a participar do Congresso anual, sistema que existe no American College e tem dado muito certo.

Especializado em doença coronariana, Cesar Cardoso de Oliveira tem no currículo 23 anos de serviços prestados no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro, dez dos quais responsável pelo setor coronariano e atualmente coordena a área cardíaca do Hospital Miguel Couto e trabalha também no Copa D´Or, como coordenador da Cardiologia Clínica.

O diretor-financeiro explica que além da crise econômica, que levou a uma retração do mercado e, logicamente, das verbas da indústria para apoiar a entidade, há uma nova dificuldade: as fusões que reduziram as 50 indústrias farmacêuticas do setor em pelo menos um terço, o que se reflete sensivelmente na disponibilidade de verbas promocionais. É justamente por isso que a norma adotada na área financeira desde o início dessa gestão é ter os olhos postos no orçamento da SBC. "Se há destinação orçamentária para um projeto, tudo bem", explica Cesar Oliveira, mas projetos novos, congressos, simpósios, o que for, só serão tocados se o propositor tiver patrocínio.

A rigidez no controle dos gastos se faz mais necessária porque praticamente não há "gorduras" a cortar na SBC, diz o cardiologista, a qual tem uma administração enxuta e muito eficiente. O exemplo é a área financeira, cujos funcionários processam até dez mil documentos por mês, e eficientemente, garante ele, que tem os maiores elogios para a equipe administrativa. Mesmo limitando viagens, cortando os poucos gastos possíveis, a Diretoria Financeira faz questão fechada de não mexer nas bolsas. Elas estão sendo pagas rigorosamente em dia e não houve redução de valor, pois é através delas que se incentiva os novos cardiologistas e se cria condições para que, a longo prazo, o Brasil possa continuar se orgulhando de ter uma Cardiologia de ponta, um País ainda pobre, mas nesse campo perfilhando com as nações mais adiantadas do mundo.

 

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